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Informação e análise
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Opostos na política, Bolsonaro e Fernández se igualam na rejeição

Ambos têm mais de 50% de desaprovação nas pesquisas. Pode-se chamar isso de custo político de um desgoverno inflacionário

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jun 2022, 10h30 - Publicado em 5 jun 2022, 08h00

Ficou caro viver no Brasil de Jair Bolsonaro.

Há um ano os brasileiros convivem com uma inflação (12,1%). Ela é inédita na vida de uma geração de brasileiros que votam, pela primeira vez, em outubro.

A alta de preços no Brasil foi maior que a inflação na América Latina (9,7%), nos Estados Unidos (8,3%) e na Europa (8,1%) nesse período.

Os brasileiros já gastam dois terços do salário em consumo básico, o que deixa o país no topo da lista dos lugares mais caros para se viver, à frente do México, Chile, Argentina, Espanha e Estados Unidos, constatou Fernando Marull, sócio da FMyA, consultoria de análise econômica de Buenos Aires.

Nos últimos doze meses, a Argentina passou da alta inflação para o estágio de uma “superinflação” (projetada em 72,6% ao ano), que avança em velocidade seis vezes superior à brasileira. “O próximo passo é a ‘hiper’, mas ainda está distante”, acha Alfonso Prat-Gay, que já foi deputado, presidente do Banco Central e ministro da Economia.

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O acelerado empobrecimento semeia desalento e empurra jovens argentinos à busca de alternativas no exterior. Nesse ambiente, o economista Marull resolveu verificar quais os países com melhor custo-benefício para os argentinos que planejam sair do seu país.

O resultado surpreendeu. O Brasil é o país mais caro na lista preferencial da imigração argentina. A base de cálculo é o salário médio bruto pago no mercado formal de trabalho e os preços básicos em cada país, convertidos em dólares da última quinzena (22 de maio).

No Brasil, o custo de vida consome 70% do salário (727 dólares, equivalentes a 3.365 reais). No México, 68%.

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(./VEJA)

É muito mais barato viver no Chile (59%), na Espanha (33%) e nos Estados Unidos (20%). Para os argentinos, paradoxalmente, continuar no próprio país ainda é boa opção, apesar da superinflação local.

O custo relativamente menor (35%) em relação ao salário tem raízes no grande volume de subsídios estatais que mitiga uma parte do impacto da alta de preços de serviços públicos e de alguns bens de consumo, e, claro, resulta em mais inflação adiante. “Argentina está mais barata que o Brasil porque te presenteiam a [conta de] luz, pagas caro a roupa e não te matam em alimentos”, argumentou Marull numa rede social.

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(./VEJA)

A situação econômica brasileira é incomparavelmente melhor que a argentina. Nos dois países, porém, a percepção coletiva de empobrecimento está impondo limites aos planos dos governantes.

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Opostos na política, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, e o argentino peronista Alberto Fernández se equilibram na rejeição dos respectivos eleitorados. Ambos têm mais de 50% de desaprovação, na média das pesquisas — o repúdio supera em 20 pontos as taxas de aprovação. Pode-se chamar isso de custo político do desgoverno inflacionário.

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