Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

José Casado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Informação e análise
Continua após publicidade

O séquito de Lula em Nova York traduz a sua mania de grandeza

Comitiva extensa é hábito antigo de alguns governantes latinos quando viajam ao exterior para falar de fome e pobreza e da opressão imperialista

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 set 2024, 12h50 - Publicado em 26 set 2024, 08h00

Lula se despediu de Nova York, nesta quarta-feira (25/9), onde esteve por cinco dias acompanhado de um séquito de uma centena de burocratas subordinados, como contou o repórter André Shalders.

O hábito de cortejos extensos é peculiaridade de alguns governantes latinos. Fidel Castro e Hugo Chávez, por exemplo, sempre viajavam com mais de 100 assessores na comitiva, que incluía cozinheiros.

Chávez foi um dos governantes mais caros da América do Sul no último quarto de século. Discursava como revolucionário socialista, gastava como rico capitalista.

Em 2011, análises das contas governamentais feitas em separado pela Transparência Internacional e pelo Partido Popular, de oposição, coincidiram na revelação de parte dos gastos com mordomias do chefe do movimento Socialismo do Século XXI, que aportava 46% dos recursos públicos numa única rubrica orçamentária: “Felicidade Suprema”.

As mordomias chavistas incluíam, a preços da época:

● US$ 10,4 milhões em despesas com festas, alimentos, bebidas e “relações sociais”, geralmente no Palácio de Miraflores, um casarão neobarroco francês construído no centro de Caracas há 143 anos pelo conde italiano Orsi di Mombello;

Continua após a publicidade

● US$ 320,3 mil em gastos com roupas e sapatos;

● US$ 151 mil em produtos de toilette;

● US$ 408 mil com lavanderia;

● US$ 9,5 milhões por mês em viagens externas;

● US$ 3,2 milhões com a manutenção de “residências” presidenciais.

Continua após a publicidade

Nicolás Maduro, ditador que sucedeu a Chávez, manteve a tradição enquanto pode. Restringiu os périplos externos cinco anos atrás, quando a agência norte-americana antidrogas (DEA) anunciou um prêmio de 15 milhões de dólares (cerca de 82 milhões de reais) por sua captura. Para comparação, esse valor é mais que o dobro da quantia oferecida pelos Estados Unidos até à semana passada pela cabeça de Ibrahim Aqil, chefe militar da milícia Hezbollah, aliada do Irã. Ele foi morto num ataque israelense na última sexta-feira (20).

Excesso de mordomias e extensas comitivas em viagens externas são reveladores sobre a mania de grandeza de governantes. Sobretudo no caso de alguns latinos, quando o destino é Nova York, para discursar em reuniões na ONU sobre a fome, a pobreza e a opressão imperialista.

Em janeiro de 2003, pouco depois da posse, Lula saiu de Brasília rumo a Paris na primeira viagem à Europa como presidente. Embarcou na primeira classe de um vôo comercial da TAM (hoje, Latam), com pequena comitiva. Os repórteres Leonencio Nossa e Eduardo Scolese relataram no livro “Viagens com o presidente” queixas de Lula sobre escassez de espaço a bordo para vestir um pijama.

Dois anos depois, em janeiro de 2005, ele estreava o Aerolula, um Airbus ACJ, versão corporativa do modelo A-319. Custou 57 milhões de dólares, a preços da época, pouco abaixo do que Chávez gastara com o seu Airbus presidencial (70 milhões de dólares).

Com 16 assentos reclináveis, múltiplas telas para distração, e comitiva de assessores vindo atrás, embarcada nos Boeings da “Felicidades Aéreas Brasileiras” — ironia burocrata com os serviços da FAB—, Lula passou a degustar o poder: “Tem hora em que estou no avião e, quando alguém começa a falar bem de mim, meu ego vai crescendo, crescendo, crescendo… Tem hora em que ocupo, sozinho, três bancos com o meu ego”, contou em 2010 ao deixar o Palácio do Planalto.

Continua após a publicidade

Como Nova York viu nos últimos cinco dias, Lula voltou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.