O Exército se distancia do negacionismo bolsonarista
Bolsonaro acha que a imunização contra o vírus da Covid-19 é coisa de "pessoas taradas por vacina". O Comando do Exército discorda
Jair Bolsonaro acha que a imunização contra o vírus da Covid-19 é coisa de “pessoas taradas por vacina”.
O Comando do Exército discorda. Está avisando à tropa de 220 mil soldados que a vacinação é condição para o retorno à atividade nos quartéis, porque a saúde é essencial à manutenção “da capacidade operativa”.
Numa lista de normas, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira estendeu a prevenção sanitária à comunicações, oficiais e privadas, em redes sociais: “Não deverá haver difusão de mensagens em redes sociais sem confirmação da fonte e da veracidade da informação. Além disso, os militares deverão orientar os seus familiares e outras pessoas que compartilham do seu convívio para que tenham a mesma conduta.”
Ano passado, quando comandava o Departamento Geral de Pessoal, ele optou por uma política de prevenção totalmente oposta à que Bolsonaro mandou o general Eduardo Pazuello executar no Ministério da Saúde.
Conseguiu manter o Exército no primeiro semestre com taxa de mortalidade por Covid-19 muito abaixo (0,13%) da média da população civil (2,5%).
As novas normas sanitárias sugerem o empenho dos generais da ativa em manter um distanciamento preventivo da “tara” anticientífica que predomina no Palácio do Planalto e e em alguns ministérios, entre eles o da Saúde.