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Informação e análise
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Inflação corrói chances de Bolsonaro em mais de dois terços do eleitorado

Quase sete de cada dez eleitores acham que ele erra na administração da crise econômica. E o tempo, agora, se torna um fator crítico para o candidato

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 nov 2021, 08h00

Quase sete de cada dez eleitores acham que Jair Bolsonaro está errando na administração da crise econômica nesse ciclo de saída da pandemia. É o que mostra o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) na sondagem divulgada ontem.

Significa que essa crítica já é predominante em mais de dois terços (67%) da massa de brasileiros com mais de 16 anos, portanto aptos a votar, em todas as regiões.

Representa importante condicionante para a campanha presidencial pela reeleição.

Mostra uma avaliação negativa do governo consolidada na ampla maioria do eleitorado.

Indica, também, que essa desaprovação avança no compasso da inflação: é crescente, persistente e disseminada.

Em dezembro do ano passado a gestão da crise econômica era criticada por 50%. Em julho chegou a 59%. Aumentou para 67% na última semana de outubro, quando o Ipespe entrevistou mil pessoas, por telefone, em todo o país.

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É o retrato da insatisfação com um quadro generalizado de empobrecimento — 70% das pessoas ocupadas estão ganhando menos que em 2019, informa a Fundação Getulio Vargas.

A corrosão no orçamento das famílias foi realçada pela perda de fonte de renda, com níveis maiores de desemprego na metade da população mais pobre, e agravada pela alta de custos dos alimentos, eletricidade e combustíveis.

O resultado é um eleitorado descontente e mais crítico a um governo que se mostra mais errático a cada semana.

Em dezembro, na pandemia, passou de um auxílio emergencial de R$ 600 mensais ao zero absoluto. Levou quatro meses para decidir a retomada, a um terço do valor.

Agora, tenta atropelar credores da dívida pública interna e mudar parâmetros de controle fiscal para financiar ações governamentais na temporada eleitoral de 2022 — entre elas, um substituto do Bolsa Família com valor de R$ 400 por mês.

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Conseguiu aprovar na Câmara, na madrugada de hoje, sua proposta de emenda constitucional que impõe um calote em parte da dívida pública.

Prevê levantar R$ 100 bilhões. Vai gastar R$ 30 bilhões com a nova versão do Bolsa Família. E planeja usar os R$ 70 bilhões restantes no financiamento de iniciativas eleitorais, com o repasse de verbas a empreendimentos regionais selecionados por parlamentares candidatos à reeleição que integram o Centrão, esteio de Bolsonaro no Congresso.

Não há, por enquanto, perspectiva de resolução da equação principal da economia — o aumento da inflação acompanhado pelos juros, o que praticamente neutraliza as chances de crescimento durante a temporada eleitoral.

O tempo, agora, se torna um fator crítico. Como observou o sociólogo Antonio Lavareda, diretor do Ipespe, o governo não dispões de mais do que cinco meses para apresentar resultados no controle da inflação: “A partir de abril, a máquina pública contará cada vez menos e, para conquistar eleitores, ele só disporá, basicamente, da campanha.”

A candidatura de Bolsonaro derrete pela crítica do eleitorado à sua gestão na crise econômica na saída da pandemia. Como diz Lavareda, “campanhas são importantes mas não fazem milagres”.

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