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Informação e análise
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Crise econômica deixa eleitor mal-humorado e tenso, mostram pesquisas

A percepção de degradação contínua da vida econômica se soma a impressão de que o país está no rumo errado

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 Maio 2022, 17h35 - Publicado em 18 Maio 2022, 08h00

É tamanho o mau humor dos eleitores que os candidatos à presidência deveriam correr para ajudá-los com alguma boa notícia sobre o futuro do país.

O principal problema é a economia, informa metade do eleitorado em pesquisas como a   realizada semana passada pela Genial/Quaest, com duas mil entrevistas presenciais.

Nem é problema novo. “Há três anos se constata uma deterioração do humor do brasileiro”, observou João Francisco Meira, diretor do Instituto Vox Populi, ontem, num seminário da Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais (Abrapel). “O nível de satisfação da população, geralmente otimista, mudou radicalmente a partir de 2019, pelo menos para três quartos do eleitorado.”

Às evidências da percepção de uma degradação contínua da vida econômica se soma a impressão de que o país está no rumo errado.

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“É um conjunto de elementos psicológicos de muito mau humor e, como resultado, deveremos ter uma eleição em ambiente tenso, nervoso”, ele acha.

É sinônimo de dificuldades para o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro. Esse clima se reflete, desde meados de 2020, numa crescente avaliação negativa do desempenho do governo e, em patamar superior, da forma como Bolsonaro governa.

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Essa elevada (acima de 50%) avaliação negativa, comentou Meira, limita bastante a chance do governo ganhar uma eleição em segundo turno.

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Não é impossível uma reversão. Em política, até milagres acontecem e ainda faltam quatro meses para a primeira rodada nas urnas.

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As dificuldades estão na evidente ausência de rumo: o governo demonstra não saber o que fazer, por exemplo, para mitigar o impacto da alta dos preços dos combustíveis, da eletricidade e dos alimentos no bolso dos eleitores.

Bolsonaro reage de forma peculiar. Tenta dissimular. Culpa a Petrobras, os governadores, o Supremo Tribunal Federal, e se esforça na produção diária de “novidades”, para mudar de assunto todo dia.

Ontem ontem foi a denúncia judicial contra o juiz do STF, Alexandre de Moraes, que conduz uma investigação sobre ele, seus três filhos parlamentares, dezena e meia de deputados e empresários aliados. São suspeitos de organizar e integrar uma rede de delinquências políticas, passíveis de tipificação como crimes contra o regime democrático.

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Para os eleitores, porém, o problema central continua na mesa. De forma espontânea, nas pesquisas, fixam a economia no topo da sua lista de preocupações. Saúde, pandemia, questões sociais como a fome e a corrupção agora estão em segundo plano.

Multiplicou-se por três o nível de aflição com o processo inflacionário nos últimos nove meses. A inquietude com a inflação já é maior do que com o desemprego e se equipara à “crise econômica”.

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Uma tradução do desequilíbrio nas finanças pessoais e nos orçamentos familiares está no crescimento do número de eleitores que se declaram incapazes de pagar as próprias contas no final do mês (aumentou de 51% para 59% nos últimos quatro meses).

Bolsonaro pode continuar tentando mudar de assunto, como vem fazendo. Porém, goste ou não, a relevância da economia como principal problema coletivo — mostram as pesquisas — tem limitado suas chances de avanço na preferência eleitoral. Em contrapartida, mantém inflado o favoritismo do seu adversário predileto, Lula.

É notável que, até agora, nenhum dos dois tenha se preocupado em oferecer ao eleitorado um lenitivo para o mau humor predominante sobre o futuro do país.

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