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Por José Casado
Informação e análise
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A mensagem que deixou Bolsonaro irritado

Como não gostou do que viu, possivelmente por ter subestimado a inteligência dos adversários, o candidato extravasou incômodo e aflição

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 ago 2022, 12h03 - Publicado em 12 ago 2022, 10h00

Ele se esforçou para desqualificar as manifestações de ontem em defesa do regime democrático e do respeito ao voto de 156 milhões de eleitores.

Pela manhã, Jair Bolsonaro se preocupou em mostrar o desdém à “cartinha”, como qualificou o texto subscrito por um milhão de pessoas, cuja leitura pública ocorria em São Paulo e outras capitais.

Em redes sociais, escreveu com a pitada cômica de alguém que tenda parecer crédulo no próprio desinteresse: “Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel.”

À noite, depois do noticiário televisivo sobre os protestos, Bolsonaro não resistiu. Deixou vazar o desprezo de um candidato que não gostou do que viu, possivelmente por ter subestimado a inteligência dos adversários.

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Eles harmonizaram uma mensagem coletiva sem mencionar o nome do político que atravessou os últimos três anos insinuando a ideia de “golpe” na cena nacional. Bolsonaro figurou como sujeito oculto no texto em defesa da democracia e do processo eleitoral.

Então, decidiu, as manifestações viraram “micareta do PT”. A “cartinha”, escreveu, passou a ter “a mesma relevância” de uma “carta contra as drogas assinada pelo Zé Pequeno” — pequeno traficante de drogas dos anos 80 na Cidade de Deus, bairro carioca, personagem de um belo filme de Fernando Meirelles inspirado em romance de Paulo Lins.

Achou insuficiente. E, também, comparou a um “manifesto em defesa das mulheres assinado pelo Maníaco do Parque” — evocação de um assassino em série que amedrontou  São Paulo no final da década de 90.

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Ainda insatisfeito, classificou como “texto paralelo” à Constituição. Não explicou a exdrúxula conexão. Talvez tenha se impressionado com o fato de o manifesto ter nascido na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, instituição de 195 anos, de onde já saíram 13 presidentes da República, 169 juízes do Supremo Tribunal Federal, 45 governadores do Estado de São Paulo e 13 prefeitos da capital paulistana. Arrematou: “Para efeitos legais, vale menos que papel higiênico”.

Dessa forma, o candidato à reeleição sinalizou aflição. Tem bons motivos para tanto. Ao produzir mais instabilidade do que a política brasileira consegue digerir, Bolsonaro acabou unindo em mobilização opositora a miríade de organizações civis que raríssimas vezes se  apresentou em pública comunhão política. E isso aconteceu a 50 dias da eleição.

“Das duas uma”— concluiu — “ou a esquerda repentinamente se arrependeu de suas ameaças crônicas à nossa democracia (…) ou trata-se de uma jogada eleitoral desesperada.”

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Literalmente irritado, recolheu-se à habitual insônia no silêncio do Palácio da Alvorada.

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