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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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In Gold We Trust: Pastores bolsonaristas achacam MEC

A política deteriorou a religião, transformando-a numa fachada para pilantras

Por Jorge Pontes
24 mar 2022, 11h35

A denúncia de que o pastor (e lobista) bolsonarista Gilmar Santos e o ministro da Educação de Bolsonaro Milton Ribeiro foram flagrados em um esquema de liberação criminosa de verbas públicas, com oferta de pagamento em barra de ouro, não nos causa estranheza alguma, muito pelo contrário.

Estamos dizendo como um mantra, que uma coisa é um governo sem corrupção e outra, bem diferente, é aquele governo onde não estourou – ainda – nenhum escândalo de corrupção.

E esse nem era bem o caso do governo do presidente Bolsonaro

Até porque, como bem sabemos, a corrupção não é um crime que ocorre nas praças e esquinas das cidades, à luz do dia. Pelo, contrário, esses delitos têm seus acertos operados nos gabinetes de ministérios, no interior dos carros oficiais, e nos quartos de hotéis em Brasília, nas sombras, longe dos olhos da sociedade.

A ideia e a mensagem da frase do escritor inglês Samuel Johnson, do século XVIII, “o patriotismo é o último refúgio do canalha”, podem ser perfeitamente adaptadas ao moralismo e à religiosidade exacerbadas, típicas do bolsonarismo e do discurso do capitão.

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E nem precisamos viajar tanto no tempo, e nem ir tão longe, pois o genial Nelson Rodrigues já dizia, por aqui mesmo, que “por detrás de todo paladino da moral existe um canalha.”

Está cada vez mais claro que estamos vivendo um momento de trevas, em que um grupo de falsos moralistas – beiradeiros e rachadeiros de carteirinha – se utilizam de um discurso nacionalista, de retidão e honestidade a toda prova para enganar os incautos de sempre.

E o caso em questão ganha contornos ainda mais complexos e devastadores em ano eleitoral, se considerarmos que os pedidos de liberação de verbas do pastor Gilmar Santos teria sido, segundo palavras do ministro Milton Ribeiro, capturadas em áudio exibido pela Folha de São Paulo, “um pedido especial” do presidente da República.

Merece lembrança que, há apenas alguns dias, Bolsonaro disse a um grupo de evangélicos que “dirige o país para o lado que eles quiserem”.

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Com o escândalo do pastor lobista e a distribuição de barras de ouro em troca de liberação de verbas públicas federais, percebemos como a política deteriorou – também – a religião, transformando-a numa fachada em que pilantras travestidos de pastores se aproveitam para a realização de abordagens e lobbies criminosos.

É chegada a hora dos verdadeiros evangélicos, o “povo de Deus”, que prestam serviços religiosos inestimáveis à sociedade, apontarem os farsantes que lançam mão da religião para ganhos pessoais ilícitos. E já passou da hora do eleitor, principalmente o evangélico, parar de dar seu voto para esses embusteiros que só fazem denegrir a sua própria religião e a imagem dos seus verdadeiros pastores.

Política e religião não devem se misturar jamais!

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