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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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Debate em 2022 terá viés de acareação

Se Sergio Moro decidir realmente pela candidatura à Presidência, veremos embates frente a frente do ex-juiz com Lula e Bolsonaro

Por Jorge Pontes
16 nov 2021, 08h35

A acareação é, grosso modo, uma técnica, um ato processual, que consiste em se apurar a verdade nos depoimentos (conflitantes) das partes, confrontando-as, olhos nos olhos, e assinalando os pontos divergentes, até que se chegue às alegações e afirmações verdadeiras.

É a decantação da verdade por intermédio do frente a frente, do cara a cara e do confrontamento.

Raras são as vezes em que uma acareação não nos aponta, com o mínimo de certeza, quem está falando a verdade. Os mentirosos, confrontados, normalmente passam sinais indisfarçáveis – ao delegado ou ao juiz que presidem o ato – de suas inconsistências, mesmo que se tratem de artistas ou de farsantes inveterados.

Pois bem, se Sergio Moro decidir realmente pela candidatura à Presidência da República, veremos, em 2022, um debate eleitoral, em rede nacional, que terá viés de acareação, tanto em relação a Lula como a Bolsonaro.

Vai ser uma pedreira para Lula, sustentar a narrativa esfarrapada de “inocência” em relação aos malfeitos do Petrolão, perante o próprio ex-juiz da Lava Jato, que conhece de cor e salteado as inúmeras faltas do ex-presidente, e que teve todas as suas sentenças em relação a Lula confirmadas por três instâncias, inclusive pelo próprio Supremo Tribunal Federal.

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O candidato Sergio Moro ainda poderá realçar, de quebra, nessa contenda, que a segunda turma do Supremo Tribunal Federal errou feio ao decidir por sua parcialidade, no que toca ao processo que condenou Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda mais espinhosa será a tarefa de Bolsonaro, ao enfrentar o seu ex-ministro da Justiça, numa discussão acerca das inúmeras tentativas de ingerência sobre a Polícia Federal, objeto de um inquérito atualmente em curso, cujo depoimento do presidente foi absolutamente estapafúrdio e totalmente desconectado da realidade.

Portanto, seja no primeiro turno, numa confrontação com Lula e Bolsonaro ao mesmo tempo, ou num possível segundo turno, em um vis-à-vis com Lula, os eleitores poderão assistir, de cadeira, a uma sequência de debates em forma de acareação, que têm potencial para desmascarar dois políticos cuja maior especialidade é mentir.

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