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Por Coluna
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Indicado ao Oscar, Paul Thomas Anderson faz filme terno e pessoal

Alegre e colorido, 'Licorice Pizza' reconstitui a vertigem deliciosa de crescer

Por Isabela Boscov 19 fev 2022, 08h00

É dia de foto na escola e Gary Valentine (Cooper Hoffman) se fascina com a garota que, com ar de tédio, bate os saltinhos pelos corredores oferecendo pente e espelho para os alunos que queiram se arrumar. Gary tem 15 anos, Alana (Alana Haim) tem 25, e ela dá risada quando ele a convida para jantar. Mas vai, porque ele é doce e cheio de iniciativa e de planos, e ela, ao contrário, anda sem rumo, como os pais e as irmãs a lembram em todas as oportunidades. É o início de uma grande amizade — que Gary não perde a esperança de transformar em romance. Ator de comerciais e de pontas, Gary não para de conceber novos estratagemas, como um insólito negócio de colchões de água que vai a pique por causa das doideiras de um cabeleireiro superstar (Bradley Cooper, ótimo); Alana salva a todos dirigindo o caminhão de entregas em alta velocidade, de ré, pelas encostas sinuosas de Los Angeles. E o tempo todo ela se pergunta, mas como raios esse bando de adolescentes virou a minha turma?

arte oscar

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Passado no início dos anos 70, Licorice Pizza (Estados Unidos, 2021), em cartaz nos cinemas, é mais uma carta de amor do diretor Paul Thomas Anderson aos subúrbios de San Fernando Valley em que ele cresceu e onde, na adolescência, sonhava impressionar as amigas da irmã mais velha. Ao contrário de outras histórias de Anderson nessa paisagem, como Boogie Nights ou Magnólia, aqui não há solidão e desilusão. Licorice Pizza é todo terno e alegre, uma reconstituição da vertigem deliciosa de crescer, e um suspiro de alívio por estar de volta a casa após rodar A Trama Fantasma em Londres. San Fernando não é cool, diz ele, mas é uma inspiração que não se esgota.

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Licorice Pizza não é revolucionário ou ambicioso como Sangue Negro e O Mestre, mas há poucos cineastas que filmam assim, como quem fala uma primeira língua, e são capazes de tecer uma trama a partir do pequeno e do pessoal e fazê-la ressoar tão longe, ou tão alto, quanto Anderson. Famílias — de nascimento e também de escolha — formam o filme, e não só no enredo e na equipe: o excelente Cooper é filho de Philip Seymour Hoffman, que tantas vezes trabalhou com o diretor, e a formidável Alana, ladeada aqui pelas irmãs Danielle e Este, com quem compõe a banda pop Haim (e pelos pais de verdade), é de certa forma cria de Anderson, que dirigiu a maior parte dos seus clipes. Licorice Piz­za (vale dizer que nem pizzas nem alcaçuz entram no enredo) é talvez um tiquinho mais longo do que o estritamente necessário. Compreende-se: é difícil largar tantas boas companhias.

Publicado em VEJA de 23 de fevereiro de 2022, edição nº 2777

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