Motoristas idosos trocam habilitação por desconto em lámen no Japão
Campanhas pelo país tentam conter o número de acidentes causados por condutores na terceira idade
Para lidar com o grande número motoristas idosos na ativa, a polícia japonesa apelou até para promoções de lámen. Na semana passada, autoridades da região de Aichi, no centro do país, lançaram um esquema para oferecer descontos na rede de restaurantes Sugakiya a todos cidadãos acima dos 65 anos que abrirem mão de dirigir.
A campanha em Aichi foi criada após um pedido do primeiro-ministro Shinzo Abe por mais ações para controlar o número acidentes causados por motoristas na terceira idade. Na última década, casos envolvendo condutores com 75 anos ou mais subiram de 7,4% para 12,8% do total de acidentes, de acordo com a agência nacional de polícia.
À medida que a população japonesa envelhece, com mais cidadãos chegando a idades avançadas, estima-se que 17 milhões de japoneses acima dos 65 anos tenham habilitação para dirigir, segundo o jornal The Guardian. Desses, 4,8 milhões estão acima dos 75 anos, número que era de 2,4 milhões em 2005.
Japan’s elderly drivers swap licences for noodle discount https://t.co/atyIwWYCkj #NewsFromElsewhere pic.twitter.com/pi0rncZ4ms
Continua após a publicidade— BBC Monitoring (@BBCMonitoring) November 23, 2016
Em Aichi, os idosos precisam entregar suas carteiras de habilitação à polícia local, onde recebem um certificado que dá descontos de 15% na rede de 176 restaurantes. Outros setores da prefeitura também criaram iniciativas semelhantes ao longo deste ano, como o desconto em barbeiros e tarifas mais baratas de táxi. Desde o início de 2016, 12.000 motoristas idosos já abriram mão do direito de dirigir na região.
A partir de março do próximo ano, em todo o país, os motoristas com 74 anos ou mais também serão encaminhados para avaliações médicas se forem parados por violações de trânsito ou mostrarem sinais de perda de memória. A medida, porém, gerou preocupação de que os idosos que moram em áreas rurais possam ficar isolados se não pudessem dirigir, uma vez que a oferta de transporte público é escassa em regiões muito afastadas.