STF atrasa impeachment, mas PMDB acelera
"Trabalhando muito para isso!", diz peemedebista Lucio Vieira Lima
O STF deve seguir o prazo até 17 de março para publicar os votos dos ministros sobre o julgamento do rito de impeachment.
Como antecipei aqui em 23 de dezembro:
“Por incompetência e/ou militância, os ministros deixaram uma porção de furos em seus votos que agora terão de cobrir, fingindo cinicamente que já iam fazer isto se ninguém os tivesse apontado.”
Ricardo Lewandowski havia considerado precipitada (um “exercício de futurologia”) a apresentação dos embargos de declaração da Câmara dos Deputados antes da publicação do acórdão, mas este blog aposta que o poderoso documento já vem sendo usado como parâmetro pelos membros da Corte para rabiscar as leis que inventaram.
Não que vão ceder em todos os pontos, claro. Vão apenas tornar a suposta argumentação menos vexaminosa, sem deixar de dar margem aos novos embargos que integrantes da oposição já se articulam para apresentar de imediato, na sequência.
Com isso, o Supremo atrasa ainda mais o impeachment, mas, em compensação, a ala oposicionista do PMDB, temendo cada vez mais que o vice Michel Temer seja cassado junto com a suposta presidente Dilma Rousseff, agora busca novos caminhos para acelerar o processo.
Dez meses depois do meu conselho, integrantes do partido, segundo a Folha, “discutiam nesta quarta (24) a conveniência de apresentar um novo pedido de impeachment contra Dilma Rousseff que abrangesse fatos novos da Lava Jato, como as suspeitas sobre o dinheiro recebido pelo marqueteiro João Santana no exterior.
A estratégia não está fechada. PSDB e DEM ainda serão procurados. Como o pedido atual de deposição está praticamente na estaca zero, uma nova petição agora não atrasaria muito o processo.
O comitê do impeachment iniciou seu contato com o empresariado. Deputados de cinco partidos se reuniram com Paulo Skaf, porta-voz do setor industrial paulista, nesta quarta.
Representantes do agronegócio também procuraram o PSDB pedindo para que o Congresso acelere o processo.”
É o mínimo que podem fazer.
Qualquer “exercício de futurologia” indica que o Brasil não sobreviverá com o supremo petismo no poder.
* Pós-escrito: Alguns peemedebistas, segundo a coluna Radar, admitem até concentrar as forças no TSE se o impeachment não der certo, mesmo que Temer caia também.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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