Os fantasmas da gráfica estão no Globo. Você acredita em fantasmas?
O Globo traz hoje uma reportagem, com chamada de capa na edição impressa, sobre o caso da gráfica fantasma. O título da matéria é: “Gráfica de campanhas eleitorais de 2014 fica em endereço desativado“. Diz o jornal: “Uma das principais fornecedoras de santinhos para campanhas eleitorais de 2014 não tinha estrutura para imprimir o material contratado […]
O Globo traz hoje uma reportagem, com chamada de capa na edição impressa, sobre o caso da gráfica fantasma.
O título da matéria é: “Gráfica de campanhas eleitorais de 2014 fica em endereço desativado“.
Diz o jornal:
“Uma das principais fornecedoras de santinhos para campanhas eleitorais de 2014 não tinha estrutura para imprimir o material contratado e era paga para intermediar a prestação dos serviços. A VTPB Serviços Gráficos recebeu R$ 27,9 milhões no ano passado, a maior parte paga pela campanha pela reeleição de Dilma Rousseff (R$ 22,9 milhões).”
O Globo revela o tamanho da gráfica, suficiente apenas para imprimir notas:
“Desde o início do ano passado, ela está registrada em uma sala de 30 metros quadrados, alugada por R$ 600″.
Mais adiante:
“O dono da empresa é o empresário Beckembauer Rivelino de Alencar Braga, que afirma precisar manter um endereço formal para ‘comprar matéria prima e pagar os encargos’. Braga, que atualmente mora no interior de Minas Gerais, disse ter utilizado no ano passado a estrutura de gráficas parceiras para produzir e entregar o material encomendado pelas campanhas.
‘A empresa prestou efetivamente todos os serviços para os quais foi contratada, em representação e parceria com empresas do setor”, afirmou Braga em nota, argumentando que o material teria sido ‘auditado pelos partidos e aprovado pela Justiça Eleitoral’.”
O material da campanha de Dilma, então, foi auditado pelo PT. Estou muito mais tranquilo agora.
“O empresário disse trabalhar com a intermediação de serviços ‘desde os 16 anos de idade’ e afirmou não ter vinculação política com partidos.”
O Globo não disse que o empresário é irmão do jornalista governista Kennedy Alencar.
“Por meio de nota, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, negou irregularidade na prestação de serviços pela VTPB.”
Edinho Silva também negou nesta semana que Dilma tenha amarelado para o pronunciamento de 1º de maio na TV por medo do panelaço.
“Afirmou que ‘todas as contas foram auditadas pelo TSE’ e que o trabalho de contratação de fornecedores teria seguido ‘parâmetros da Justiça Eleitoral’.”
O TSE é presidido pelo advogado de carreira no PT, Dias Toffoli, o mesmo que votou pela soltura de Ricardo Pessoa, o empreiteiro que ameaçou entregar a alta cúpula do partido caso permanecesse preso. O TSE ainda conta com os serviços de Admar Gonzaga, advogado da campanha presidencial de Dilma em 2010, e Luciana Lóssio, ex-assessora da petista.
O Globo listou os demais políticos que pagaram à VTPB, em quantias menores que Dilma:
“O restante do valor foi oriundo da campanha do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), com R$ 2 milhões; do governador da Bahia, Rui Costa (PT), com R$ 1,5 milhão; do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), com R$ 577 mil; e do senador José Serra (PSDB-SP), com R$ 521 mil. Outros nove candidatos pagaram valores entre R$ 800 e R$ 90 mil.”
Arlindo Chinaglia, Aécio Neves e José Serra, assim como Edinho Silva, negaram irregularidades, dizendo que os produtos foram efetivamente entregues pela gráfica que não é gráfica, contratada por quase 30 milhões de reais para executar o trabalho de uma gráfica.
O PSDB é mesmo o eterno testa-de-ferro voluntário do PT. Onde quer que os petistas cometam uma fraude imensa, há sempre tucanos baratos servindo de cúmplices.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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