Cunha morde e assopra Dilma. Aécio morde sem dente. Alckmin só assopra. Todos deviam aprender com Trump
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), morde: a) “Se a frase do ex-presidente Lula é de que o PT está no volume morto, acho que para a sociedade ele já baixou do volume morto.” b) “Eu não costumo reagir colocando a cabeça debaixo do buraco. A história não reserva espaço para os covardes. Eles não vão […]
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), morde:
a) “Se a frase do ex-presidente Lula é de que o PT está no volume morto, acho que para a sociedade ele já baixou do volume morto.”
b) “Eu não costumo reagir colocando a cabeça debaixo do buraco. A história não reserva espaço para os covardes. Eles não vão impedir o meu livre exercício da liderança parlamentar. Fui vítima de uma violência com as digitais definidas. Não podia me acovardar e não reagir.”
c) “Os (pedidos de impeachment) que sanearem serão analisados sob a ótica jurídica. Os que tiverem fundamento terão acolhimento.”
Eduardo Cunha, depois, assopra:
a) “Impeachment não pode ser tratado como recurso eleitoral. Recurso eleitoral porque você não se satisfez não é a melhor maneira.”
b) “Não está no nosso horizonte fazer com que nosso país incendeie. Nesses dias difíceis, pode faltar incendiário, o que não pode faltar é bombeiro.”
c) “As pessoas estão criando expectativa como se TCU condenasse o governo, não é isso. É um parecer. A palavra é do Congresso.”
Aécio Neves – o ‘cauteloso’, o ‘equilibrado’, o ‘responsável’ – morde sem dente:
a) “Aqueles que estiverem indignados ou até mesmo arrependidos mas, principalmente, cansados, devem sim se movimentar, ir às ruas.”
“Meu cuidado maior é que, a partir do momento em que eu disser que eu vou, isso dá uma impressão de que é um movimento de partido e não é. Se eu decidir ir, vou como cidadão.”
“Se simplesmente desconsiderarmos que elas [as manifestações] existem, acho que estamos fugindo da realidade. A cobrança dos nossos eleitores é enorme. O que estou tendo é cuidado para manter o equilíbrio.”
b) “O constrangimento chega ao inimaginável de ameaças veladas* e de trazer a Brasília os governadores para dar apoio a presidente Dilma para tirar uma fotografia e simular apoio por uma coisa com a qual não tem nada a ver. Essa reunião é uma busca de socorro de alguém que quer que lhe joguem uma boia salva-vidas. O que a presidente tem é de fazer um mea-culpa para ver se recupera um pouco da credibilidade que ainda lhe resta.”
“Não vou recomendar que os governadores deixem de aceitar um convite da presidente. Os governadores terão toda a liberdade para ir. O que o PSDB não está disposto é ajudar a salvar, e vou repetir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, aquilo que não deve ser salvo.”
(* Um levantamento produzido pelo Planalto mostra que ao menos 17 governadores praticaram, em maior ou menor grau, operações supostamente semelhantes às manobras fiscais do governo, o que abriria brechas para questionamentos também nos estados, em caso de rejeição das contas de Dilma Rousseff no TCU. O governo agora pressiona os estados a apoiá-lo, em nome da impunidade coletiva.)
c) “Uma coisa são atrasos eventuais nos pagamentos. Mas ter como estratégia planejada transferir as responsabilidades do Tesouro para as instituições financeiras, você registrar isso como créditos a receber do governo, e isso ficar lá permanente, isso é lesar o artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal.”
“O que vai acontecer depende mais do governo e do PT do que dos partidos de oposição. O que queremos é que as instituições funcionem e façam o seu trabalho. Eu digo uma coisa: se um dia eu tiver a oportunidade de ser presidente da República, será unicamente pelo caminho do voto, não por outra saída qualquer. Mesmo porque ninguém conseguirá enfrentar a profunda crise que atravessamos se não for legitimado pelo voto. Para nós o calendário de 2018 sempre foi o mais adequado, mas a presidente Dilma só agrava a situação a cada dia, o que deixa a incerteza de cumprir seu mandato até o final.”
Alckmin só assopra:
O governador, contrário ao impeachment e à cassação, e incapaz de dizer “não vou” à reunião com Dilma, também tinha duas prioridades, segundo a Folha, para a reunião desta segunda com Cunha: “a reforma do ICMS e as alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente. Quer convencer o presidente da Câmara a priorizar a mudança no ECA sugerida pelo governo, e não a já aprovada no Senado.”
Em resumo:
Todos deveriam fazer um cursinho de testosterona política com o líder das primárias republicanas nos Estados Unidos, Donald Trump, o homem que não pode ser comprado nem chantageado pela esquerda governista e fala o que bem entende contra seus adversários (de fora e de dentro do partido), para escândalo do establishment politicamente correto de esquerda e delírio da população que não suporta mais tanta tucanice.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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