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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Che Guevara em “Amor à Vida”: é Carrasco demais para uma novela só

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h41 - Publicado em 10 jan 2014, 18h12

1.
 
Da série “O eterno ciúme entre psicopatas assassinos”:
Fidel Che Walcyr
2.
 
Frases singelas do novo herói da novela das oito, exaltado em livro “ótimo”, recomendado pela personagem Natasha ao escritor Thales:
 
“Fuzilamos e seguiremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta até a morte.” (Che Guevara)
Discurso na Assembleia-Geral da ONU, em 11 de dezembro de 1964
 
“Estou na selva cubana, vivo e sedento de sangue.” (Che Guevara)
Carta à esposa, Hilda Gadea, em janeiro de 1957
 
“O ódio como fator de luta. O ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona o revolucionário para além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, seletiva e fria máquina de matar: nossos soldados têm de ser assim. Um povo sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal.” (Che Guevara)
Revista cubana Tricontinental, em maio de 1967
 
“Até agora os camponeses não foram mobilizados, mas, através do terrorismo e da intimidação, nós os conquistaremos.” (Che Guevara)
 
“A ação mais positiva e forte, independentemente de qualquer ideologia, é um tiro bem dado, no momento certo, em quem merece.” (Che Guevara)
 
3.
 
Trecho da matéria de VEJAHá quarenta anos morria
o homem e nascia a farsa“, de 3 de outubro de 2007, que, na época, aliás, deixou o militante petista Luis Fernando Verissimo buscando motivos para a revista fazer isso, como se o jornalismo já não fosse o bastante:
 
(…) Nomeado comandante da fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos, Che Guevara a converteu em campo de extermínio. Nos seis meses sob seu comando, duas centenas de desafetos foram fuzilados, sendo que apenas uma minoria era formada por torturadores e outros agentes violentos do regime de Batista. A maioria era apenas gente incômoda.
 
Napoleon Vilaboa, membro do Movimento 26 de Julho e assessor de Che em La Cabaña, conta agora ter levado ao gabinete do chefe um detido chamado José Castaño, oficial de inteligência do Exército de Batista. Sobre Castaño não pesava nenhuma acusação que pudesse produzir uma sentença de morte. Fidel chegou a ligar para Che para depor a favor de Castaño. Tarde demais. Enquanto dava voltas em torno de sua mesa e da cadeira onde estava o militar, Che sacou a pistola 45 e o matou ali mesmo com balaços na cabeça. Em outra ocasião, Che foi procurado por uma mãe desesperada, que implorou pela soltura do filho, um menino de 15 anos preso por pichar muros com inscrições contra Fidel. Um soldado informou a Che que o jovem seria fuzilado dali a alguns dias. O comandante, então, ordenou que fosse executado imediatamente, “para que a senhora não passasse pela angústia de uma espera mais longa”.
 
Em seu diário da campanha em Sierra Maestra, Che antecipa o seu comportamento em La Cabaña. Ele descreve com naturalidade como executou Eutímio Guerra, um rebelde acusado de colaborar com os soldados de Batista: “Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no lobo temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Seus bens agora me pertenciam”. Em outro momento, Che decidiu executar dois guerrilheiros acusados de ser informantes de Batista. Ele disse: “Essa gente, como é colaboradora da ditadura, tem de ser castigada com a morte”. Como não havia provas contra a dupla, os outros rebeldes presentes se opuseram à decisão de Che. Sem lhes dar ouvidos, ele executou os dois com a própria pistola. Essa frieza e a crueldade sumiram atrás da moldura romântica que lhe emprestaram, construída pelos mesmos ideólogos que atribuíram a ele a frase famosa – “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. Frase criada pela propaganda esquerdista.
 
Como o jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um assassino cruel e maníaco? O jornalista americano Jon Lee Anderson, autor da mais completa biografia de Che, escreveu que ele era um fatalista – e esse fatalismo aguçou-se depois que se juntou aos guerrilheiros cubanos. “Para ele, a realidade era apenas uma questão de preto e branco. Despertava toda manhã com a perspectiva de matar ou morrer pela causa”, afirma Anderson. (…)
 
4.
 
Captura de tela 2014-01-10 às 17.04.45
 
Se você não acredita em mim, nem na VEJA, nem na “direita”, nem nos historiadores, nem vê qualquer problema em tudo que Guevara disse, isto é, se você é um “idiota útil” da pior espécie, ouça então seus próprios companheiros de guerrilha falando dele, bem como os relatos de suas vítimas. Eis o imprescindível documentário “Guevara: Anatomia de um mito”, dirigido por Luis Guardia e produzido pelo historiador cubano e ex-preso político Pedro Corzo.
 
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5.
 
E nunca é demais lembrar a entrevista em que a apresentadora e jornalista de origem cubana Marlen Gonzalez humilhou o ator Benicio del Toro (o Che, do filme-propaganda de Steven “Carrasco” Soderbergh), no programa Primer Plano, do canal “41 Noticias”, de Miami.
 
Destaque para o momento em que Marlen ensina a Toro, que também exaltara fora das telas o porco asssassino, o que realmente aconteceu à frente da prisão de La Cabaña, quando ele mandou fuzilar centenas de prisioneiros: “Noventa por cento eram presos de consciência. [Morreram] Simplesmente por discordar do sistema nascente, por pensar diferente”. E Toro: “Ah, não sabia disso”… Ela lhe dá o livro Guevara: Misionero de la Violencia, de Pedro Corzo.
 
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6.
 
Pois é. Mas eu já disse e repito:
 
Não basta proibir os filhos de assistir à TV para protegê-los contra a perda total do senso dos valores morais, das virtudes, da realidade, porque eles continuarão respirando mentiras e distorções nas ruas, nas escolas, nas universidades, nos jornais, ou mesmo na internet, apesar dos sites, blogs e páginas pessoais dos autores que as refutam.
 
É preciso antes, para tentar educá-los de verdade, ter cada vez mais em mente o título memorável de um livro de Lionel Trilling, aquele autor americano para quem “a função primária da arte e do pensamento consiste em libertar o indivíduo da tirania da sua cultura e permitir-lhe erguer-se diante dela com autonomia de percepção e de julgamento”.
 
O título: “A obrigação moral de ser inteligente“.
 
Ou você a cumpre, ou arranja um controle remoto que desligue o país.
 
Felipe Moura Brasil – https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/


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