Áudio exclusivo: Novo secretário de Cultura garante “dinheiro, que é o que precisa”
Marcelo Calero arrancou risos na inauguração do Teatro Cesgranrio ao pedir orações por ele
Este blog obteve com exclusividade o áudio da parte final do discurso de Marcelo Calero na inauguração do Teatro Cesgranrio, no bairro do Rio Comprido, no Rio de Janeiro, na noite desta quinta-feira (19).
O secretário de Cultura falou do “clima de conflagração” resultante da extinção do MinC, defendeu a solução de Michel Temer de acoplar a pasta ao Ministério da Educação e buscou acalmar os ânimos dos “fazedores de cultura” garantindo diálogo, seriedade e, claro, “dinheiro, que é o que precisa”.
Calero, como se nota, sabe exatamente como conquistar a esquerda, especialmente a carioca, núcleo principal dos protestos contra o fim do ministério que abastecia a propaganda petista.
Temer apostou em seu nome justamente por causa disso.
Produtores antes encantados com incentivos públicos do então secretário municipal a rodas de samba, cineclubes, borboletários e outros projetos para além da zona rica da cidade ainda podem considerar Calero um traidor por entrar no governo “golpista”, mas do Cesgranrio, pelo menos, ele saiu aplaudido.
Ouça.
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“Não é um ministério que vai fazer com que a gente possa realmente implementar políticas públicas de cultura consistentes. O que eu posso oferecer a todos os brasileiros e especialmente aos fazedores de cultura é a minha energia, a minha integridade e, acima de tudo, a minha capacidade de diálogo. A cultura precisa disso.
As pessoas precisam ser ouvidas para que a gente realmente possa construir uma política robusta. E o que eu posso dar é a certeza de que isso será efetivado no seu mais alto grau.
Peço, por favor, que não esqueçam de mim e da minha equipe nas suas orações. (Risos. Palmas.) Porque o trabalho não vai ser brincadeira.
Mas eu espero sinceramente que esse clima de conflagração que a gente está vivendo, independentemente aí dos questionamentos a respeito do governo…
O governo é o governo instituído e ele adotou uma política de cultura séria e com dinheiro, que é o que precisa.
Precisa também muito da minha diplomacia, enfim, já que eu sou diplomata de profissão.
Bom, um beijo especial para a minha mãe. Professor [Carlos Alberto] Serpa [presidente da Fundação Cesgranrio], Beth [Serpa, esposa dele], vocês são o que há de melhor nessa cidade. Muito obrigado por esse teatro em nome de toda a gestão de Cultura.
Muito obrigado mesmo, não é à toa que eu te chamo de paizão, é um afeto… (Risos.) Muito obrigado, muito obrigado. (Palmas.)”
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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