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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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“As continentais e incontroladas fronteiras brasileiras”

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h13 - Publicado em 31 jan 2015, 16h18
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O ELO – Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, que cobrava 3% de propina para o PT: preso depois que a Polícia Federal descobriu que ele tinha contas secretas no exterior (Márcia Poletto/Agência o Globo)

Tema mais debatido em Israel: fronteira.
Tema mais debatido na Europa: fronteira.
Tema mais debatido nos EUA: fronteira.
Tema mais debatido no Brasil: besteira.

“Nêsti paíf”, entram armas ilegais, munições, drogas, bandidos – tudo que contribui para os 60 mil homicídios anuais e as tragédias familiares, mas praticamente ninguém dá bola para os quase 17 mil quilômetros de fronteira que o PT há 12 anos deixa abertos, para a farra de seus parceiros no Foro de São Paulo. E sabe-se lá o que vai entrar nos caminhões de bananas importadas do Equador governado pelo guardião das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Rafael Correa, ou pelo “corredor rodoviário interoceânico” que passa pela Bolívia do cocalero Evo Morales ligando o Porto de Santos aos portos do Norte do Chile.

A imprensa destacou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a volta à prisão de Renato Duque, o afilhado de José Dirceu e ex-diretor de Serviços da Petrobras investigado na Operação Lava Jato, que teria escondido dinheiro no exterior, mas pouco se falou do motivo de sua preocupação: “as continentais e incontroladas fronteiras brasileiras”.

“Parece bastante claro que o paciente possui inúmeras possibilidades, notadamente financeiras, a partir de dezenas de milhões de reais angariados por práticas criminosas, de se evadir por inúmeros meios e sem mínimo controle seguro, especialmente se consideradas as continentais e incontroladas fronteiras brasileiras”, disse Janot. “Não há como se esperar a fuga para, já no exterior, tentar, quando não sem sucesso, o retorno do foragido ao território brasileiro para responder pelos crimes que tenha cometido”, completou ele.

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Que as “continentais” fronteiras “incontroladas” pelo governo do PT facilitem a fuga de um petista como Duque, é uma preocupação que obviamente tem toda a razão de ser. Todos os aliados do partido são beneficiados por tamanha facilidade para entrar e sair do país.

O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína no mundo e, muito provavelmente, o maior consumidor de produtos que têm a cocaína como base, como o crack, segundo o relatório de setembro do ano passado do Departamento de Estado dos Estados Unidos. A principal rota da droga que sai da Bolívia de Morales, da Colômbia das Farc e do Peru hoje governado pelo esquerdista Ollanta Humalla (eleito por “nós”, segundo o petista organizador do Foro, Walter Pomar) com destino à Europa, passando pelo oeste da África, é o Brasil.

Os governos do Brasil e da Venezuela ainda chegaram a prometer, em janeiro de 2012, unir forças para – imagine – combater o crime organizado e o tráfico de drogas, intensificando, segundo o então ministro da defesa, Celso Amorim, a segurança nas fronteiras. Dois anos depois, em janeiro de 2014, O Globo publicava esta manchete:

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Passou mais um ano e agora, em janeiro de 2015, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, é acusado pelo ex-chefe de segurança de seu antecessor Hugo Chávez de envolvimento com o narcotráfico comandado pelo seu atual número 2, Diosdado Cabello. A denúncia feita por Leamsy Salazar nos EUA e repercutida em primeira mão neste blog conta com o respaldo de mais 8 militares desertores da ditadura venezuelana. Quer dizer: quanto mais o Brasil se une a narcogovernos para “combater” o crime, mais facilidade parece que os criminosos encontram para operar em escala internacional. E o tráfico depende de armas para garantir seus territórios.

“Prendemos 11 fuzis no Juramento no último sábado e elas [as armas] e a munição são estrangeiras. Elas acabam vindo aqui para o Rio e a nossa polícia deve correr atrás disso e o cidadão carioca é vítima disso”, disse no dia 26 o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, acrescentando que “Segurança pública começa nas fronteiras”. O Rio teve 34 vítimas de “bala perdida” só neste mês, das quais 6 morreram; e eu serei o último a eximir o secretário das responsabilidades que ele transfere aos outros, mas obviamente o problema das fronteiras agrava sua incompetência. (Para se ter ideia desta, o número de assaltos aumentou 27% no estado em relação ao ano anterior ao que ele assumiu a pasta, apesar de o governo ter investido o triplo: 6 bilhões de reais em 2014 contra 1,7 bilhão em 2006.)

A Lava Jato talvez seja o caminho mais curto para fazer desmoronar o petismo, especialmente agora que os empreiteiros apontam para Lula e Dilma; mas convém lembrar que os maiores prejuízos relacionados aos governos do PT não se contam nos 88,6 bilhões de reais roubados da Petrobras, mas nas vidas humanas perdidas – no mínimo – pela “omissão criminosa” do partido.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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