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Por Raquel Carneiro

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Cultura

O que pensa Wagner Moura de mortes no RJ e idolatria a Capitão Nascimento

Ator que deu vida ao temido agente do Bope em 'Tropa de Elite' opinou sobre as interpretações do filme e criticou operação que matou 120 pessoas

Por Amanda Capuano SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 10 nov 2025, 10h50 - Publicado em 10 nov 2025, 10h49

Wagner Moura, como Capitão Nascimento, ajudou a dar fama ao uniforme do Bope (VEJA.com/VEJA)

Intérprete do temido Capitão Nascimento em Tropa de Elite, Wagner Moura viu nas últimas semanas seu personagem voltar à tona depois que uma operação da polícia contra o tráfico no Rio de Janeiro deixou aos menos 120 mortos. Nas redes sociais, o capitão do Bope foi exaltado por parte do público que vê o longa como uma ode à brutalidade policial. Em entrevista ao Fantástico, o ator disse que a apropriação da história faz parte do cinema. “Eu posso dizer qual é a minha intenção fazendo o filme, mas eu não tenho a verdade absoluta sobre ele. A maneira como as pessoas estão lendo o filme é legítima. Se você quiser ler como uma apologia à brutalidade policial, faz parte”, atestou baiano.

Moura disse ainda que Nascimento é um personagem “realista, complexo e absolutamente brasileiro”, e relembrou o contato com a polícia na produção do longa. “Eu convivi com muitos homens do Bope que são íntegros, e acreditam que estão fazendo algo muito importante para o país”, explicou o ator, que divulgou no programa o longa O Agente Secreto, proponente ao Oscar que se passa durante a ditadura militar brasileira. Progressista, ele não deixou de opinar sobre a operação carioca, criticando a brutalidade do estado. “Não podemos normalizar encontrar 120 corpos de pessoas no chão de uma cidade. Isso é uma loucura, uma maluquice”, atestou ele.

Lançado em 2007 e dirigido por José Padilha, Tropa de Elite acompanha o capitão do Bope no combate ao tráfico no Rio de Janeiro. Impactante, o filme mostra a violência sem pudores, dividindo o público na defesa e na condenação dos atos de Nascimento no exercício da profissão. Já em 2010, a sequência do longa dissecou o avanço das milicias no Rio de Janeiro, colocando Nascimento como uma figura crítica da corrupção dentro da polícia e dos métodos da instituição.