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‘Flee’: animação expõe drama de refugiados mais que mil imagens reais

Longa ilumina a experiência de milhões de pessoas forçadas a deixar seu país

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 abr 2022, 08h00

Jonas Poher Rasmussen tinha 15 anos quando viu Amin no trem que os levava para a escola, no interior da Dinamarca. Cabisbaixo, o solitário garoto afegão suscitava rumores diversos, como o de que teria cruzado a pé os mais de 7 000 quilômetros entre Cabul e Copenhague nos anos 1980. Duas décadas depois, Rasmussen, agora um documentarista, convenceu o amigo estrangeiro a contar sua verdadeira história. Amin aceitou, desde que sua identidade fosse preservada. Nascia assim Flee — Nenhum Lugar para Chamar de Lar, um peculiar e belíssimo documentário animado, que chega aos cinemas brasileiros após receber três indicações ao Oscar.

O caçador de pipas

Sob o escudo da animação e com um nome fictício, mas com sua voz verdadeira, Amin revê, entre momentos ternos e até cômicos, as lembranças de um passado caótico. Caçula de uma família de cinco filhos, ele narra a infância em Cabul, das brincadeiras com as roupas das irmãs e do cafuné da mãe até o pôster de Jean-Claude Van Damme no seu quarto — seu primeiro crush, quando nem conhecia a palavra “homossexual”. O clima caloroso fica sombrio quando o pai de Amin, um militar e piloto de avião, é preso pelos soviéticos que ocuparam o Afeganistão. O cenário tenebroso provoca a ascensão dos mujahedins — que, ao tomar o país, espalham o terror do fundamentalismo islâmico.

O livreiro de Cabul

Assustados, Amin e a família fogem para Moscou, onde encontram mais sofrimento. Ao longo de anos, eles planejam outra fuga, para a Suécia, onde o irmão mais velho vive. À mercê de traficantes e da inescapável separação entre os membros da família, instaura-se uma dolorosa via-crúcis — uma experiência particular que reflete os desafios de milhões de refugiados.

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Amin descreve uma imagem comum nos noticiários: em um barco superlotado, ele avista um cruzeiro europeu. Em vez de receber ajuda, o grupo se torna objeto da curiosidade de turistas que tiram fotos da cena como se visitassem um zoológico. Hoje um acadêmico de 41 anos, o afegão encara a tarefa cotidiana de superar os traumas do passado para ser feliz com seu noivo, de identidade também não revelada, na segurança do exílio na Dinamarca. Uma audácia e tanto para quem sobreviveu ao inimaginável.

Publicado em VEJA de 27 de abril de 2022, edição nº 2786

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O caçador de pipas
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O livreiro de Cabul
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