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Por Raquel Carneiro
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Despedida dramática: o que esperar da última temporada de ‘The Crown’

A série retrata a morte trágica de Diana — evento que desestabilizou a monarquia e evidenciou os perigos do culto à celebridade

Por Raquel Carneiro
Atualizado em 17 nov 2023, 08h21 - Publicado em 17 nov 2023, 06h00

No início de 1997, a princesa Diana abraçou uma causa pouco conhecida: em viagens à Bósnia e a Angola, iluminou o trabalho dos que desativavam antigas minas terrestres de tempos de guerra e visitou sobreviventes, os quais conviviam com o preconceito das mutilações causadas pelos explosivos. Não bastasse, se propôs a caminhar por um campo minado. Usando um colete e uma viseira de proteção, a imagem da princesa em uma zona de perigo, destoando do luxo da família real (da qual ela já não fazia mais parte), impactou o mundo. Na sexta e última temporada de The Crown, que acaba de ganhar quatro novos episódios na Netflix, a caminhada serve de paralelo para uma ameaça mais subjetiva: enquanto Diana anda entre bombas, a série observa o frisson em torno das fotos dela beijando o empresário egípcio Dodi Al-Fayed. O responsável pelo clique ficou milionário atiçando a ganância de outros paparazzi. O desfecho é conhecido: em 31 de agosto do mesmo ano, aos 36 anos de idade, Diana morreu ao lado do namorado em um acidente de carro em Paris, enquanto eram perseguidos por famigerados fotógrafos.

The Crown: Os bastidores da História (1947-1955)

Além de apontar para a tragédia que evidenciou os perigos da fama e do culto à celebridade (dilema que ainda assola os herdeiros William e Harry — especialmente o último, o príncipe rebelde), a metáfora do campo minado pode ser aplicada à própria série — que se encerra de vez em 14 de dezembro, com a segunda parte da temporada. Criada por Peter Morgan em 2016, The Crown somou elogios e prêmios na mesma medida em que recebeu críticas e insultos de apoiadores fervorosos da realeza britânica. Ao retratar a trajetória de altos e baixos da rainha Elizabeth II (vivida em três fases pelas atrizes Claire Foy, Olivia Colman e Imelda Staunton), a série tocou em temas delicados, como traições envolvendo membros do palácio e a distância entre a ilustre família e seus súditos mortais — estes afetados por dilemas mundanos, do pânico do desemprego às dores do racismo.

HERDEIROS - Atores na pele de William, Charles e Harry: calmaria antes do caos
HERDEIROS - Atores na pele de William, Charles e Harry: calmaria antes do caos (Keith Bernstein/Netflix)

The Crown: The Official Companion, Volume 2 (1956-1977)

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Com a morte da soberana em setembro de 2022, a sensibilidade em torno do programa aumentou — até a respeitada atriz Judi Dench chamou The Crown de “sensacionalista”. Novas faíscas surgiram com a divulgação das primeiras imagens de Diana (vivida pela ótima Elizabeth Debicki) como um “fantasma” conversando com Charles (Dominic West) e a rainha após sua morte. A gritaria foi exagerada: Morgan teve de explicar o conceito de licença poética, afinal, não se tratava de uma assombração, e sim de uma alegoria da presença indelével de Diana na mente dos que a conheceram. Tal comoção, contudo, era esperada — e não passou incólume pelos bastidores. “Perdi as contas de quantas vezes eu chorei vendo essas cenas”, disse em entrevista o diretor alemão Christian Schwo­chow, responsável pelos três últimos episódios da primeira parte.

Diana: Sua verdadeira história

O respeito pela amada e popular princesa é patente: a série não mostra seu corpo, e o triste momento da chegada da notícia da morte aos filhos é retratado sem falas. A longa pausa dramática entre as duas partes da sexta temporada servirá ainda para o público digerir a melancolia do luto por Diana — a série vai chegar até 2005, quando Charles e Camilla (Olivia Williams), atuais rei e rainha consorte da Inglaterra, se casam oficialmente. Ainda não se sabe o quão relevante a morte da princesa será nos capítulos finais. Na vida real, porém, as consequências são deveras conhecidas.

LUTO - Imelda Staunton como a rainha: monarquia em xeque nos anos 1990
LUTO - Imelda Staunton como a rainha: monarquia em xeque nos anos 1990 (./Netflix)

A rainha: A vida de Elizabeth II

Em uma crise gigantesca para a monarquia, Elizabeth II se tornou vítima de teorias conspiratórias, que apontavam a soberana como “mandante” do acidente. As acusações infundadas foram propagadas especialmente por Mohamed Al-Fayed (1929-2023), pai de Dodi: o empresário afirmava que a rainha era contra a união do filho muçulmano com a princesa — e que ela estaria grávida. Investigações independentes das autoridades inglesas e francesas apontam que a causa do acidente foi, além da perseguição dos fotógrafos, a direção imprudente do motorista, que estava alcoolizado. Na versão fantasiosa de The Crown, o bilionário Al-Fayed força o filho a interferir no itinerário de Diana, que iria para Londres, mas acabou desembarcando em Paris — onde ele a pediria em casamento. É por essa e outras escolhas controversas e ousadas no roteiro que a produção cativa fãs e atiça os detratores de plantão.

Publicado em VEJA de 17 de novembro de 2023, edição nº 2868

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The Crown: Os bastidores da História (1947-1955)
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Diana: Sua verdadeira história
Diana: Sua verdadeira história
A rainha: A vida de Elizabeth II
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