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5 astros arrependidos de papéis politicamente incorretos

Viola Davis e Anne Hathaway estão entre os nomes que fizeram autocrítica por atuarem em produções hoje consideradas "problemáticas"

Por Gabriela Caputo Atualizado em 9 ago 2022, 11h07 - Publicado em 9 ago 2022, 11h02

Não é raro ver atores e atrizes criticando seus próprios trabalhos no cinema ao identificar, anos mais tarde, atuações sofríveis ou francamente vergonhosas. Em outros casos, porém, os papéis em si são a questão: muitos astros de Hollywood se arrependem de ter concordado em fazer personagens politicamente incorretos que hoje ferem susceptibilidades pela representação depreciativa de certos grupos sociais. Por vezes, os casos são exumados pelas redes sociais, as minorias se sentem ofendidas e paira no ar o fantasma do cancelamento. VEJA listou cinco papéis que algumas estrelas preferiam não ter defendido nas telas:

Viola Davis – Histórias Cruzadas (2011)

Viola Davis em 'Histórias Cruzadas'
Viola Davis em ‘Histórias Cruzadas’ (The Walt Disney Company France/Divulgação)

Apesar de ter garantido a Viola Davis sua primeira indicação a melhor atriz no Oscar, Histórias Cruzadas é um filme controverso. A história se passa na década de 60, em uma pequena cidade americana, onde uma jovem escritora passa a entrevistar mulheres negras que deixaram suas vidas para criar os filhos da elite branca. Aibileen Clark, personagem de Viola, é uma dessas figuras. O arrependimento da atriz – admitido abertamente ao The New York Times em 2018 – está ligado à maneira como o tema foi abordado. “Apenas senti que, no final das contas, não eram as vozes das empregadas que foram ouvidas”, disse na ocasião. Mais tarde, em 2020, Viola explicou à Vanity Fair que se trata de mais uma narrativa que investe “na ideia do que significa ser negro, mas… está atendendo ao público branco”. Ela ainda revelou que há uma parte sua que sente que traiu a si mesma e a seu povo ao fazer o filme.

Eddie Redmayne – A Garota Dinamarquesa (2015)

Os personagens Einar e Gerda Wegener, se envolvem em um relacionamento amoroso, no filme 'A Garota Dinamarquesa'
Os personagens Einar e Gerda Wegener, se envolvem em um relacionamento amoroso, no filme ‘A Garota Dinamarquesa’ (IMDB/Divulgação)

Eddie Redmayne também foi indicado ao Oscar de ator por sua atuação em A Garota Dinamarquesa. O filme foi duramente criticado pela falha de representatividade, ao trazer Redmayne, um homem, no papel de Lily Elbe, mulher trans e uma das primeiras pessoas a passar pela cirurgia de redesignação sexual. No ano passado, o ator disse ao The Sunday Times que não aceitaria o papel nos dias de hoje. “Eu fiz aquele filme com as melhores intenções, mas acho que foi um erro”, refletiu Redmayne. “A maior discussão sobre as frustrações em torno do elenco é porque muitas pessoas não têm um lugar à mesa. Tem de haver um nivelamento.”

Anne Hathaway – Convenção das Bruxas (2020)

Anne Hathaway na refilmagem de 'Convenção das Bruxas'
Anne Hathaway na refilmagem de ‘Convenção das Bruxas’ (//Divulgação)

Outro longa bastante desaprovado por questões de representação foi o remake de Convenção das Bruxas, lançado originalmente em 1990. Na nova versão, Anne Hathaway interpreta a Grande Bruxa, personagem que tem mãos com três dedos. Essa característica, tratada na produção como uma maneira de descobrir a identidade de uma bruxa, ocorre em pessoas afetadas por uma condição chamada ectrodactilia – ausência de um ou mais dedos centrais nas mãos ou nos pés. “Como alguém que realmente acredita na inclusão e realmente detesta crueldade, devo desculpas a todos pela dor causada. Sinto muito”, escreveu a atriz em uma postagem no Instagram, na época da estreia do filme. “Eu particularmente quero dizer que sinto muito pelas crianças com diferenças de membros. Agora que eu sei disso, prometo que vou fazer melhor. E devo um pedido especial de desculpas a todos que amam vocês tão ferozmente quanto amo meus próprios filhos: sinto muito por decepcionar sua família”, completou Hathaway.

Jake Gyllenhaal – Príncipe da Pérsia (2010)

Jake Gyllenhaal em 'Príncipe da Pérsia'
Jake Gyllenhaal em ‘Príncipe da Pérsia’ (Walt Disney Pictures/Divulgação)

Um exemplo emblemático do chamado whitewashing – embranquecimento de personagens não-caucasianos em produções culturais – ocorre em Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo, primeiro filme do que deveria ser uma franquia da Disney, adaptada da série de videogame homônima. Jake Gyllenhaal, um ator americano branco, vive um personagem de ascendência iraniana. Em 2019, quase dez anos depois do lançamento do longa, Gyllenhaal admitiu ao Yahoo Entertainment que aceitar um papel que não era certo para ele foi um equívoco. “Acho que aprendi com esse filme, pois passo muito tempo tentando ser mais atencioso sobre os papéis que escolho, e as razões por que os estou escolhendo”, disse.

Zoe Saldaña – Nina (2016)

Zoe Saldana em 'Nina'
Zoe Saldana em ‘Nina’ (Universum Film/Divulgação)

Por interpretar a cantora e pianista de jazz Nina Simone na cinebiografia Nina, Zoe Saldaña foi criticada por questões de colorismo. No longa, ela escureceu sua pele para que o tom ficasse mais próximo do da cantora. O espólio de Nina Simone (1933-2003) condenou  a atriz por aceitar o papel. Em 2020, Saldaña revelou arrependimento à revista Entertainment Weekly: “Eu nunca deveria ter interpretado Nina. Eu deveria ter feito tudo ao meu alcance, com a influência que eu tinha dez anos atrás, para escalar uma mulher negra para interpretar uma mulher negra excepcionalmente perfeita”, desabafou a atriz. “Nina teve uma vida e uma jornada que deve ser honrada nos detalhes mais específicos. Ela merecia coisa melhor.”

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