
O presidente da República teria inúmeros e bem embasados argumentos para defender o fim da obrigatoriedade de empresas publicarem seus balanços financeiros em jornais impressos. Preferiu, no entanto, fazê-lo da pior maneira possível: sem uma regra de transição e na base da manifestação do ressentimento por causa das opiniões, interpretações e reportagens críticas publicadas a ele e a seu governo. “Retribui o que recebi”, disse.
Ao se mostrar vingativo, Jair Bolsonaro comprometeu o conteúdo, reduziu o espaço de apoios que poderia receber e ainda pôs em risco a aprovação da medida provisória no Congresso. O estilo tosco do presidente faz ele errar até quando poderia ter reconhecimento por acertar, numa decisão mais condizente com os tempos que a reserva de mercado dos balanços como fonte de renda dos jornais impressos.