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A memória também é uma ficção, diz premiado autor judeu e latino-americano

Em seu novo livro, 'Tarântula', o guatemalteco Eduardo Halfon escava as lembranças da infância para abordar um trauma também histórico

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 nov 2025, 17h43 - Publicado em 12 nov 2025, 16h30

Você é um menino de 13 anos em um acampamento. Está deitado na barraca com os amigos e, no meio da noite, começa a ouvir gritos. De repente, desponta um braço com o que parece ser uma aranha enorme.

Um susto. Mas pode piorar. O animal talvez seja outra coisa, o símbolo do horror e de um trauma histórico. 

Esse é o ponto de partida do novo livro do escritor guatemalteco Eduardo Halfon, reverenciado e premiado por utilizar as peças da memória para compor um sólido trabalho literário. As memórias de um garoto latino-americano e judeu, que nasce em um país tomado por ondas de violência e cresce à sombra de um dos maiores crimes contra a humanidade.

E é nesse acampamento para crianças judias na Guatemala da década de 1980 que o protagonista de Tarântula, recém-publicado pela Autêntica Contemporânea, enfrentará o evento mais perturbador de sua infância. Uma perturbação que extrapola o foro íntimo e esbarra em feridas coletivas – feridas de famílias, de gerações, de um povo.

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Se, como diz um personagem do livro, as guerras nunca terminam, então o que a memória e a literatura podem fazer pelos que vivem e herdam esse trauma?

Com a palavra, Eduardo Halfon.

Afinal, a quem a memória humana serve melhor: à história ou à literatura? A memória, assim me parece, só nos serve como uma aproximação ou como um ponto de partida. Mas um ponto de partida não confiável, pois ela se desvanece, muda com o tempo, varia com a perspectiva. Não reconstrói a história, mas pode construir algo novo dentro de um contexto histórico. A memória, assim como a literatura, é ficção.

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No livro Tarântula, um personagem diz que “as guerras nunca terminam”. Sua obra literária enfrenta, de certo modo, esse diagnóstico e trauma coletivo? Acho que lido com essa questão mais como homem, como latino-americano, como guatemalteco, como judeu. Mas esses traumas coletivos que vivi e herdei inevitavelmente aparecem nas páginas que escrevo. Não os confronto diretamente na minha narrativa. Não escrevo sobre eles. Em vez disso, escrevo pequenas histórias íntimas que se passam tendo esses traumas como pano de fundo.

Em um mundo acelerado e impulsionado pelas tecnologias, qual se tornou o maior desafio de um escritor em busca de leitores? Desde que o ser humano começou a escrever histórias, sempre houve avanços tecnológicos que afetam não apenas aquilo que ele escreve, mas também como aquilo que escreve chega aos leitores. O maior desafio para um autor sempre foi e sempre será o mesmo: fazer com que suas palavras voem sobre a página. O resto, como alguém já disse, é tecnologia.

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