Últimas pesquisas aceleram plano de Bolsonaro para não estacionar
Levantamento Genial/Quaest reforça tese de que presidente estacionou, mas governo já tem plano para segurar desempenho
Seguindo uma tendência semelhante à de outros levantamentos recentes, a nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, mostrou exatamente o que a campanha do presidente Jair Bolsonaro quer evitar: que a alta consistente registrada nos últimos meses pare por aí e leve o presidente a estacionar na preferência do eleitor. Seria uma das piores notícias possíveis para um presidente que larga atrás do seu maior adversário e ainda amarga uma rejeição nas alturas.
Na pesquisa divulgada hoje, Bolsonaro parou de crescer. Ficou com os mesmos 31% que tinha em abril. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 46%, tendo oscilado um ponto para cima. Até aí, o jogo segue mais ou menos na mesma. Mas a questão é que Bolsonaro vinha crescendo sem parar desde fevereiro, quando teve 23%. Chegou a 26% em março, antes de saltar novamente no mês seguinte.
O novo cenário ainda não é suficiente para derrubar o time bolsonarista do salto alto. Aliados do presidente dizem esperar uma disparada mais adiante na campanha. Mas reconhecem que pode valer a pena acelerar um plano que já vem sendo gestado há algum tempo: trazer de volta para o holofote o Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família petista e nasceu como a maior aposta de Bolsonaro para a campanha presidencial.
A concessão do Auxílio Brasil de R$ 400, segundo aliados do presidente, foi um dos fatores preponderantes para a recuperação da imagem do presidente nos últimos meses. Só que o time bolsonarista sabe que, agora, terá que brigar com Lula e com o PT pelo crédito do programa.
Uma medida, noticiada pelo jornal Folha de S. Paulo, é separar dinheiro em caixa para trocar os cartões usados pelos beneficiários, que ainda levam a marca do Bolsa Família petista. A um custo de nada menos que R$ 130 milhões, embora os cartões estejam funcionando perfeitamente. Mas pode-se esperar também o retorno desse assunto aos discursos do presidente e às lives nas redes sociais.
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