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Com sucessão de más notícias, sexismo bate à porta de Bolsonaro

Com potencial de impactar na campanha de reeleição, denúncias sobre o presidente da Caixa se somam a condenação do presidente por ofensas sexistas

Por Clarissa Oliveira Atualizado em 29 jun 2022, 12h17 - Publicado em 29 jun 2022, 12h13

O noticiário que estampa nesta quarta-feira os principais veículos de comunicação mostra uma sucessão de más notícias para o presidente Jair Bolsonaro, com potencial de agravar um problema que já bate faz tempo à porta do Palácio do Planalto: a forte resistência do eleitorado feminino a lhe dar mais quatro anos na Presidência da República.

+Leia também: Conselheiros de Bolsonaro temem por sua reação no caso Guimarães

Se tudo caminhar como previsto, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, pedirá demissão do cargo nas próximas horas para tentar amenizar o estrago da denúncia de assédio sexual de que é alvo. A repercussão da reportagem do portal Metrópoles que trouxe o caso à tona foi imediata, até porque Guimarães não é um nome qualquer dentro do governo. Ele é próximo de Bolsonaro, se diz amigo do presidente e chegou a figurar numa lista de possíveis candidatos a vice na chapa de reeleição.

Esse episódio por si só já seria um problema dos grandes para Bolsonaro. Mas ele vem acrescido da notícia de que o presidente foi derrotado na Justiça, no processo movido contra ele pela jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo.  Apesar do voto de um desembargador que tentou isoladamente negar o óbvio, a maioria da 8a Câmara de Direito Privado Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação do presidente por ofensa à honra da jornalista.

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Premiada internacionalmente e autora de reportagens sobre o esquema de disparo de notícias em massa em benefício do presidente, Patricia Campos Mello foi alvo de uma tentativa de difamação liderada pessoalmente por Bolsonaro. Em 2020, o presidente reuniu apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, para disparar que a jornalista queria “dar o furo”. Um trocadilho sexista dos mais ofensivos, proferido num claro ataque ao trabalho da repórter. O placar no TJ foi de 4 a 1.

Tudo isso acontece enquanto ainda circula nas redes sociais o vídeo em que Bolsonaro teria mandado a vice-governadora de Santa Catarina ficar para trás no momento em que ele e aliados dão um passo à frente durante um evento em Balneário Camboriú. “Fica para trás, meu Deus do céu!”, ordena o presidente, no vídeo. A vice-governadora então se retrai. Bolsonarista de carteirinha e filiada ao PL, Daniela Reinehr nega que os fatos tenham ocorrido como mostram as imagens. Diz ter sido vítima de fake news e aponta que a fala teria sido dirigida ao ex-secretário da Pesca Jorge Seif.

De qualquer forma, é fato que resta ao governo neste momento fazer as contas para amenizar o estrago. Há pouco, a coluna Radar informou que o governo pode indicar uma mulher para a vaga de Pedro Guimarães. O nome seria Daniella Marques, secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia. Seria uma forma de passar a mensagem de que o presidente não compactua com o assédio sexual denunciado no banco.

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É um remendo. Não muda o fato de que as campanhas adversárias já planejavam internamente usar a resistência do eleitorado feminino a Bolsonaro como parte de sua estratégia eleitoral. E agora vão intensificar ainda mais esse plano.

+Veja também: Bolsonaro quer nomear uma mulher para presidir a Caixa

E quem conhece bem o presidente sabe que a situação tem potencial para piorar. Ainda segundo o Radar, conselheiros de Bolsonaro temem que ele manifeste apoio de alguma forma a Pedro Guimarães. Dado o contexto, seria de fato o pior dos movimentos. Até porque a fala do presidente chamando de injusta a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro por conta da farra dos pastores evangélicos no MEC ainda nem esfriou.

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