Moro, Doria, Temer e a tentativa da terceira via de sair da UTI
Acontecimentos dos últimos dias reacende conversas sobre uma aproximação de candidaturas de centro, mas cenário de união ainda está distante
Os últimos dias foram animados para quem ainda torce por uma terceira via na corrida presidencial. Pelo menos três fatores reacenderam as esperanças desse grupo, que anda moribundo diante da persistente polarização entre Lula e Jair Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto. Primeiro, vieram os indigestos áudios sexistas de Arthur do Val sobre mulheres vitimadas pela guerra na Ucrânia. Depois, as últimas conversas entre PSDB, União Brasil e MDB. E a mais recente movimentação do ex-presidente Michel Temer.
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O caso de Arthur do Val deu mais um golpe na pré-campanha do ex-ministro Sergio Moro à Presidência. Moro perde seu palanque em São Paulo, maior colégio eleitoral do País. Isso deve significar a migração do seu partido, o Podemos, para a base de Rodrigo Garcia, vice-governador e nome de João Doria para a corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
Se o Podemos fechar com Garcia, é um reforço importante para Doria em seus planos de dar sobrevida a sua própria candidatura presidencial. Doria mantém-se firme no plano de aumentar sua base de apoio, para, então, tentar reverter mais à frente a dificuldade de decolar nas pesquisas. O grupo do governador considera real a chance de unir o PSDB ao União Brasil e ao MDB. E o novo cenário abre a porta para uma retomada também do diálogo com Moro.
Essas conversas correm em paralelo com uma movimentação de Temer. Nos últimos dias, Temer retomou seu discurso pela união de candidaturas de centro. Recentemente, a coluna revelou como o ex-presidente tornou-se protagonista nos bastidores de um movimento para juntar várias forças políticas, caso nenhum candidato desse grupo decole até a data das convenções partidárias.
Temer alimenta as conversas do MDB com o União Brasil e o PSDB de Doria. Mas também deixa correrem fórmulas alternativas. São mencionadas soluções que passam pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ou tem quem diga até que o próprio Temer deveria voltar para o jogo.
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