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Prefeitos que fazem a diferença: o caso de Olímpia (SP)

Embora esteja a mais de 500 quilômetros do litoral, o município paulista de Olímpia é um disputado destino de verão, especialmente no Carnaval. Ali fica o Thermas dos Laranjais, um dos maiores parques aquáticos do país e que além de piscinas, tobogãs, corredeiras artificiais e até pista de surfe, oferece também programação canavalesca. Por dia, são […]

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 04h22 - Publicado em 25 fev 2014, 12h35
Thermas dos Laranjais, parque aquático que é motor econômico de Olímpia (SP)

Thermas dos Laranjais, parque aquático que é motor econômico de Olímpia (SP)

Embora esteja a mais de 500 quilômetros do litoral, o município paulista de Olímpia é um disputado destino de verão, especialmente no Carnaval. Ali fica o Thermas dos Laranjais, um dos maiores parques aquáticos do país e que além de piscinas, tobogãs, corredeiras artificiais e até pista de surfe, oferece também programação canavalesca. Por dia, são recebidos 25 mil visitantes e mesmo assim faltam ingressos na alta temporada. Não bastasse a atração, a cidade negocia com os antigos controladores do PlayCenter a abertura de um parque de diversões nos mesmos moldes da atração que fechou as portas na capital paulista em 2012. “Há aqui uma crescente oferta de empregos que permite aos moradores permanecerem em vez de partir em busca de oportunidades”, diz o prefeito  José Eugênio Zuliani (DEM), o Geninho.

Geninho faz parte de uma geração de prefeitos que esforça-se para driblar as limitações econômicas, políticas e legais que durante décadas relegaram os municípios a um papel secundário. Em Olímpia, onde vivem 50 mil pessoas, o orçamento anual é de 120 milhões de reais. Desse total, apenas 4% podem ser usados para investimentos. Os outros 96% estão comprometidos com o pagamento de despesas e custeio. A situação se repete na maioria dos municípios brasileiros, reféns dos repasses estaduais e federais para sobreviver. Para fazer diferença, cada vez mais prefeitos têm recorrido a baseadas na criatividade e em boas práticas administrativas. A articulação com lideranças locais e instituições é peça chave para o esforço dar certo. “Não existe mágica, apenas o empenho de chutar a bola junto para acertar o gol”, diz Geninho.

Hoje Olímpia é exemplo de um cenário de sombra e água fresca, mas nem sempre foi assim. Quando assumiu a prefeitura em 2009, Geninho encontrou o departamento de águas sucateado. Havia um problema de abastecimento e as casas sofriam com falta d´água, mesmo a cidade estando localizada sobre o aquífero Guarani. Para reverter esse quadro, o prefeito contratou uma equipe para criar um Plano Diretor Turístico e sentou-se à mesa de negociação com os administradores do parque aquático, oferecendo consultoria para melhorá-lo e atrair mais visitantes. Passou a viajar em busca de investidores e, em vez de oferecer isenção fiscal ou doação de terrenos, colocou um time de consultores à disposição de interessados.

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Em outra frente, os moradores que não pagavam a conta tiveram a água cortada. Cerca de 30 milhões de reais foram captados com os governos federal e estadual para pagar os investimentos, como obras de abastecimento e tratamento de esgoto. A rede de esgoto que há cinco anos abrangia 28% dos lares, se estenderá por todo o perímetro urbano neste ano. As frequentes faltas d´água nas residências chegaram ao fim. E Geninho foi reeleito em 2012.

Para dar maior profissionalismo à equipe, ele quis contratar profissionais de  destaque na iniciativa privada. O teto salarial, de 10 000 reais, o equivalente ao seu próprio salário, obrigou-o a tirar o cavalinho da chuva. Surgiu a ideia então de oferecer treinamento a quem já tivesse conhecimento mínimo para começar. Na esteira dessa iniciativa, funcionários da prefeitura passaram a integrar um sistema de meritocracia que condiciona bônus a bom desempenho. Uma psicóloga foi contratada para ajudar na avaliação. No primeiro mês em vigor, apenas 25% deles conquistaram o benefício. “Recebi muita crítica”, diz Geninho. “Cada decisão pode ter motivação política ou de gestão. O curioso é que no Brasil o segundo tipo costuma incomodar mais do que o primeiro”, afirma.

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