A Grande Beleza, Meia Noite em Paris, Blade Runner: qual o filme que melhor retrata uma cidade?
A Grande Beleza, do italiano Paolo Sorrentino, faturou o último Oscar de melhor filme estrangeiro. O protagonismo do filme é dividido entre o escritor Jap Gambardella (Toni Servillo), um bon vivant em crise, e o próprio cenário da história, uma Roma retratada em cores vibrantes e formas grandiosas, numa homenagem ao mestre Federico Fellini. São poucos […]

A Grande Beleza, do italiano Paolo Sorrentino, faturou o último Oscar de melhor filme estrangeiro. O protagonismo do filme é dividido entre o escritor Jap Gambardella (Toni Servillo), um bon vivant em crise, e o próprio cenário da história, uma Roma retratada em cores vibrantes e formas grandiosas, numa homenagem ao mestre Federico Fellini.
São poucos os filmes capazes de alçar a cidade onde se passa o enredo a protagonista com tamanha maestria. Nessa seara, Woody Allen talvez seja quem mais se esforçou nos últimos tempos para transformar suas locações em personagens. Além dos incentivos financeiros que recebeu para rodar suas produções fora dos Estados Unidos, Allen conta com um talento nato para romantizar a vida urbana, tanto a norte-americana quanto a europeia. Afinal, foi com Manhattan (1979), que ele chegou ao estrelato. A abertura do filme, uma sequência de imagens de Nova York ao som de Rapsody in Blue, de George Gershwin, é uma das mais belas homenagens já rendidas a uma cidade.
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Dihjrm1Qk_0?wmode=transparent&fs=1&hl=en&modestbranding=1&iv_load_policy=3&showsearch=0&rel=1&theme=dark&w=425&h=344%5D
Ele repete a fórmula em Meia Noite em Paris, que começa com um desfile de cartões-postais parisienses. A metrópole é apresentada como “o lugar onde a magia pode acontecer” — e não só a história comprova isso, com uma curiosa volta no tempo, como o próprio elenco também, afinal até a então primeira-dama da França Carla Bruni participou no papel de uma guia turística. As lentes de Allen também trouxeram para a telona Londres (Match Point), Barcelona (Vicky, Cristina, Barcelona) e Roma (Para Roma, com amor). E hoje estreia no Brasil Magia ao Luar, com cenas rodadas no sul da França.
Fora desse escopo romântico, Blade Runner, o Caçador de Andróides certamente está entre as obras mais poderosas criadas pelo cinema para revelar visões sobre cidades. A história se passa numa Los Angeles futurista deprimente. Aliás, o ano escolhido por Ridley Scott é 2019, que deveria parecer longínquo na época em que o filme foi lançado (1982) e hoje é um futuro que já faz parte do nosso presente: poluição a níveis assustadores, consumo desenfreado e intensa globalização.

Blade Runner, ficção científica que se passa em Los Angeles em 2019 — logo aí
No mês que vem, o Barbican Centre, em Londres exibirá o filme que melhor retrata uma cidade na opinião dos internautas do site do The Guardian. Quem quiser participar da enquete pode opinar neste link (há cinco candidatos pré selecionados). E, quem quiser comentar aqui no blog qual seu filme preferido sobre o tema, melhor ainda.
Por Mariana Barros
>> Acompanhe os posts do Cidades sem Fronteiras no Facebook // Siga o blog no Twitter