Startup usa educação sobre cannabis para ampliar debate sobre a erva
A Kamah, que nasceu como head shop, criou uma revista impressa sobre as aplicações da erva e quer fomentar o conhecimento sobre seu potencial
Para construir e fortalecer uma comunidade sólida, com conhecimento sobre os benefícios e a ampla variedade de aplicações da cannabis, é preciso investir em educação. Foi com esse objetivo que a startup Kamah mudou o foco de suas atividades e passou a centralizar esforços em oferecer informações para um público com interesse crescente pelo potencial da erva.
A Kamah surgiu originalmente em 2018 como Mr. Fumo, uma head shop, tabacaria voltada para a venda de produtos relacionados ao consumo de cannabis. Tentaram alguns modelos, como um clube de assinaturas semelhante ao que existe em vinhos e cervejas. Depois, os dois sócios responsáveis pela empresa abriram uma loja física, mas a pandemia chegou e obrigou a dupla a mudar de planos e a empresa passou a oferecer um serviço de delivery. Apesar da concorrência acirrada, eles conseguiram se manter graças à relação próxima que mantinham com os clientes. “Apesar das boas vendas, chegou um momento em que sentimos falta de ter um propósito“, conta Tarik Bsaibes, um dos sócios da Kamah.
Foi assim que eles decidiram mudar radicalmente o foco da atuação. Ou, como se diz no linguajar das startups, “pivotar“. Decidiram desenvolver uma plataforma de informação e educação sobre a cannabis que abrigasse debates e troca de experiências entre os membros da comunidade. “Vemos muitas iniciativas isoladas”, conta Yago Rosa, outro sócio da Kamah. “Faltava um agente centralizador, agregador. A Kamah não está competindo com ninguém, mas trazendo as pessoas para a discussão”, afirma.
Eles fazem isso principalmente por meio do próprio site, onde reúnem artigos no blog. A partir de pesquisas sobre a Cannabis, tentam divulgar conteúdos com alcance mais amplo. “A gente tenta trazer essa informação científica para que todos consigam entender”, diz Rosa. A dupla de empreendedores também criou a Kamah Zine, uma publicação impressa que serve de cartão de visitas para o trabalho feito pela startup. O primeiro número já está circulando, com textos escritos por convidados. A proposta é oferecê-la gratuitamente em pontos de distribuição como head shops e consultórios, e viabilizar a produção por meio de parcerias.
No site da Kamah, há ainda uma loja online com peças de roupa produzidas com cânhamo. “Queremos focar na produção de produtos que estejam relacionados com o nosso princípio de ESG. Ou seja, feitos com cânhamo, carbono neutro ou próximo disso, e embalagem sustentável”, diz Bsaibes. Hoje, é possível encontrar camisetas, ecobags, pochetes e bolsinhas, mas a ideia é expandir as opções.