Evento virtual vai debater as oportunidades do cânhamo no Brasil
Espécie de cannabis sem efeitos psicoativos, planta poderia gerar 4,5 bilhões em receitas e 300 mil empregos, segundo organizadores
Quase inexistente no Brasil de alguns anos atrás, o mercado eventos voltados ao universo da cannabis segue aquecido. Na manhã de hoje, 29, e de amanhã, 30 de março, acontece o 1º Seminário Brasileiro de Direito do Cânhamo, promovido pela Associação Nacional do Cânhamo Industrial (ANC). Para ampliar o alcance e a audiência, este evento ainda será virtual e aberto a todos os interessados. Os debates vão reunir juristas e especialistas no tema e contam com o apoio da aceleradora The Green Hub e do movimento mundial Fashion Revolution e serão transmitidos gratuitamente pelo canal da ANC no YouTube.
O cânhamo tem merecido a atenção de agricultores e investidores mundo afora por conta de sua versatilidade. Segundo os organizadores do seminário, essa espécie não-psicoativa da cannabis tem mais de 25 mil aplicações na indústria, que vão desde a produção de plástico biodegradável até a fabricação de papel, cosméticos, produtos alimentícios, tecidos e isolantes térmicos, além, é claro, dos medicamentos com canabidiol (CBD). Seus defensores apostam na liberação do cultivo do cânhamo no Brasil para destravar um segmento com potencial para gerar mais de 300 mil empregos e receitas da ordem de 4,5 bilhões de reais já no primeiro ano de regulamentação, segundo dados da consultoria especializada Kaya Mind. Outro argumento a favor da planta vem dos ambientalistas: além de seu cultivo exigir três vezes menos água que o do algodão, por exemplo, a cannabis é reconhecida por ser uma planta de CO2 negativo, ou seja, absorve mais gás carbônico do que produz.
Assim, o evento trará debates acerca de temas como abertura de mercado, regulação, oportunidade de novos negócios, brechas na legislação e os desafios para a regulamentação do cânhamo no Brasil. “A atual regulação da cannabis medicinal, no Brasil, prejudica a indústria e nos torna dependentes de outros países. No caso do cânhamo, o marco regulatório é inseguro e restritivo, limitando o crescimento da nossa economia. Nosso objetivo é esclarecer os problemas regulatórios e ajudar o país a criar uma legislação, gerando desenvolvimento para todos”, afirmou Rafael Arcuri, Diretor Executivo da ANC.