Artistas ou crianças mimadas?
Eles choram pela perda do ursinho de pelúcia sem ligar para o fato de que todo o casarão está sendo consumido pelo fogo
A choradeira contra a incorporação do Ministério da Cultura ao Ministério da Educação lembra crianças que berram porque não tiveram tempo de pegar o ursinho de pelúcia de uma casa em chamas.
É preciso entender que só com o pagamento de juros da dívida o Brasil gasta 400 bilhões por ano. É mais que os principais ministérios somados. Pior ainda, a curva da dívida está ascendente – só neste ano o governo vai fechar em 150 bilhões no vermelho. A arrecadação cai e há muito pouco para cortar sem mexer na Constitui��ão. O Brasil pode virar a nova Grécia – só que centenas de vezes maior.
Diante desse incêndio, qualquer pessoa madura ignoraria pequenos caprichos e desapegaria de tudo o que fosse possível. Defenderia o máximo de cortes de gastos do governo. Mesmo porque um calote prejudicará mais o bolso de consumidores e artistas brasileiros do que os supostos danos da fusão de dois ministérios. Se o governo não pagar seus credores no futuro, os artistas perderão não só o ursinho de pelúcia, mas o carrinho de plástico, o quebra-cabeça e o pirulito.
Mas não dá para contar com a maturidade de todos. Em vez de reconhecer que qualquer economia é necessária, alguns artistas agem como garotos mimados. Choram pela perda do ursinho de pelúcia sem ligar para o fato de que todo o casarão que está sendo aos poucos destruído pelo fogo.
@lnarloch