Aliados na Bahia do presidente nacional do Democratas e prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), não creem na possibilidade de o democrata apoiar o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, para evitar a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) em eventual segundo turno.
Publicamente, o gestor soteropolitano tem se recusado a falar sobre a hipótese e diz acreditar que Geraldo Alckmin (PSDB) vai para a próxima etapa da eleição, apesar de o tucano não conseguir decolar nas intenções de votos. Diante de um cenário “trágico” entre Bolsonaro e Haddad, como definem os correligionários, ACM Neto tem se empenhado na campanha tucana.
Na Bahia, o prefeito de Salvador tem mobilizado lideranças políticas, que não disputam o pleito, para pedir votos ao ex-governador de São Paulo e organiza um grande comício na próxima sexta-feira 21, em Salvador. Além disso, o presidente do Democratas tem subido o tom contra Bolsonaro. Nesta quarta-feira 19, disse que o candidato do PSL “não tem experiência e equipe”. “Não está pronto para governar”, acrescentou.
No entanto, se for confirmado o segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, aliados entendem que ACM Neto não teria “espaço para ficar neutro” por causa do posto de presidente nacional do DEM e iria se posicionar em apoio ao capitão da reserva. O democrata é critico feroz ao PT e já chegou a ameaçar dar uma “surra” no ex-presidente Lula. A rivalidade com o governador e candidato à reeleição Rui Costa (PT) é mais um empecilho para o democrata soteropolitano ficar ao lado de Haddad.
Apoiadores do prefeito avaliam, porém, que, se Bolsonaro vencer, Neto não integraria o governo para não se atrelar ao capitão da reserva. Tentaria manter apenas uma “relação institucional”, como diz manter com o governo do presidente Michel Temer (MDB).
Instado a falar em agosto deste ano se apoiaria o PT para evitar a vitória de Bolsonaro, quando a candidatura de Haddad ainda era incerta, ACM Neto respondeu: “Nós não vamos fazer aliança com o PT. Isso está totalmente descartado. Eu já disse isso algumas vezes”.