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VEJA Entrevista homenageia o 30° aniversário do Roda Viva

Momentos históricos da TV brasileira são resgatados na conversa de Sílvio Navarro com o primeiro apresentador do programa, Rodolfo Gamberini, e com o atual, Augusto Nunes

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h21 - Publicado em 12 nov 2016, 14h35

Atualizado às 14h35

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BRANCA NUNES

“Três dias depois da estreia do Roda Viva, a Folha de S. Paulo publicou uma crítica que hoje parece engraçada”, lembrou Rodolpho Gamberini, o primeiro apresentador do programa lançado pela TV Cultura em 29 de setembro de 1986. “Dizia mais ou menos assim: o cenário é stalinista, jogam os entrevistados no centro da arena para serem devorados pelos leões. O apresentador tem todos os vícios de um apresentador da TV Globo. Terminava afirmando que, no Brasil, aquele programa de entrevistas nunca duraria mais do que três meses. Isso faz 30 anos”.

Gamberini foi um dos dois convidados do VEJA Entrevista especial que homenageou o 30º aniversário do mais importante e longevo programa de entrevistas da televisão brasileira. Também participou da conversa conduzida por Sílvio Navarro o colunista Augusto Nunes, que apresentou o Roda Viva entre 1987 e 1989 e voltou a comandá-lo em agosto de 2013. Na TVEJA, Gamberini e Augusto contaram casos nunca divulgados e recordaram momentos históricos do programa.  O primeiro deles ocorreu já na estreia e foi protagonizado pelo entrevistado Paulo Brossard, então ministro da Justiça.

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“Brossard chegou todo paramentado, com pala, chapéu e uma calça com bolsos largos”, recordou Augusto. “O copo d’água ficava numa cavidade muito rasa, perto do bolso direito, e alertei o criador do Roda Viva, Roberto de Oliveira: ‘Político gesticula muito, ele vai acabar derrubando esse copo’. Resposta do Roberto: ‘Tomara…’. Foi o que aconteceu. A Miriam Leitão fez uma pergunta nada agressiva, ele começou a responder calmamente. De repente, fez um gesto largo e o copo emborcou inteiro no bolso. Conforme a água escorria, ele foi ficando bravo. Os telespectadores não entenderam nada. Até que veio o intervalo e o ministro foi enxugado”.

De lá para cá, mais de 820 personagens — músicos, cantores, atores, arquitetos, esportistas, filósofos, políticos, economistas, escritores, governantes estrangeiros — estiveram no centro da roda idealizada por Roberto de Oliveira, Valdir Zwetsch e Roberto Muylaert. Quase todos os 1600 programas foram ilustrados em tempo real pelo cartunista Paulo Caruso.

“Quando fui convidado, liguei para despedir-me da Alice Maria, diretora de jornalismo da TV Globo, e ela disse que eu estava louco”, contou o risonho Gamberini. “Só um louco sairia da quarta maior rede de televisão do mundo para ir para uma televisão de circuito fechado, uma espécie de TV Rodoviária”. Entre as entrevistas mais marcantes que comandou, ele destaca as que mostraram facetas ignoradas do piloto Ayrton Senna e do jogador de futebol Dadá Maravilha. “Ele contou que deixou de ser ladrão quando começou a jogar bola”.

Para Augusto Nunes, a conversa com a apresentadora Hebe Camargo foi antológica: “Quando fui buscá-la na sala do Roberto Muylaert, ela estava em pânico. Achava que seria massacrada por um bando de intelectuais”, conta. “Em alguns minutos Hebe já se parecia à vontade. Num determinado momento, com a voz embargada e depois chorando, ela transformou uma resposta num monólogo de quase 15 minutos. Talvez seja o mais longo registrado numa entrevista na TV”.

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Outro momento célebre foi a contundente réplica de Leonel Brizola ao jornalista Lenildo Tabosa Pessoa, que lhe perguntou por que Fidel Castro se referia ao político gaúcho como El Ratón. “Não vejo aqui ninguém mais parecido com um ratón do que você”, devolveu Brizola. “Eu tinha prendido o microfone com fita crepe e, no meio da discussão, comecei a soltar tudo, porque achei que teria que levantar para separar uma briga”, revelou Gamberini. “Depois de acalmados os ânimos, uma das telefonistas que anotavam as perguntas dos telespectadores me disse que o jornalista Alceu Nader ligou para informar que havia estado com Fidel Castro dias antes e ouvira a pergunta: ‘Como está El Ratón?’. Eu fiz um apelo: ‘Pelo amor de deus, não conta pra ninguém’”.

Quando o Roda Viva completou 18 anos de existência, Augusto Nunes escreveu no livro que celebrou a chegada à maioridade duas frases que merecem ser reiteradas no 30º aniversário: O melhor e mais importante programa de entrevistas da história da TV brasileira nasceu com jeito moleque. Hoje, essa roda descobriu a fórmula da vida eterna.

https://videos.abril.com.br/veja/id/3011bc4fcb03b0775b240fb49423f3d2?

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