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Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Reynaldo Rocha: Até qualquer dia, amigo Fernando Brant

REYNALDO ROCHA A gente sente o peso da idade, do que viveu e sofreu, quando num sábado pela manhã deixa de ir a um bar ou ficar em casa cuidando de cães e plantas e vai a uma despedida. Apesar do esforço, fui ao Palácio das Artes, onde Fernando Brant se despedia de tanta gente […]

Por Augusto Nunes
Atualizado em 31 jul 2020, 01h10 - Publicado em 13 jun 2015, 21h02

REYNALDO ROCHA

A gente sente o peso da idade, do que viveu e sofreu, quando num sábado pela manhã deixa de ir a um bar ou ficar em casa cuidando de cães e plantas e vai a uma despedida. Apesar do esforço, fui ao Palácio das Artes, onde Fernando Brant se despedia de tanta gente que o amou e por ele foi amada.

Ele já tinha ido cuidar de novos poemas em algum canto dos campos do Senhor. Já descrevia novas paisagens com olhos de poeta. Sentia emoções semelhantes às que sempre repartiu com quem pôde conhecê-lo ou ouvir seus poemas em forma de canções ou livros.

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Se tivesse de defini-lo numa frase, diria que foi o homem com o olhar mais doce que conheci. Tive raras oportunidades de estar pessoalmente com ele, todas inesquecíveis.A indignação com o país era suave, mas precisa e intensa.

Eu o conheci quando participou da formulação dos planos de governo de Aécio Neves e Antônio Anastasia. Nunca fez parte efetiva de uma equipe. Mas nunca deixou de ser ouvido. O poeta de Canção da América era de uma surpreendente simplicidade. Quase um tímido. Quando falava os olhos transmitiam verdade e doçura.

Perdeu a batalha pela vida contra esse mal terrível que não escolhe alvos, como numa roleta russa. Foram somente três anos de luta. Eu torcia para que fosse 15, 20 anos. Mas que bobagem! Ele não perdeu nada! Sua obra é eterna. Sua poesia e sua mineiridade sobreviverão.

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A revolta contra o que se instalou no Brasil e a escolha do lado certo da trincheira traduziam a essência de Minas. Fernando Brant preferiu Minas. Viveu Minas. O Clube da Esquina perdeu um de seus maiores talentos. A esquina ficou mais vazia.

Hoje é dia de tomar uma cachaça de alambique, comer torresmo e chorar escondido. Como mineiro faz. E de noite procurar uma nova estrela no céu.
Se os olhos marejados deixarem a gente ver.

“Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou”.

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Até qualquer dia, amigo. A gente vai se encontrar!
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