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Reynaldo-BH: ‘O imbecilizado depoente da CPI do Mensalão era temido pela máfia’

REYNALDO ROCHA Delúbio não nasceu na posse de Lula nem mesmo nas artimanhas criminosas do mensalão. Delúbio era o todo poderoso gestor do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. O que vem a ser o FAT? É um fundo especial, de natureza contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho, voltado para custear o Programa do Seguro-Desemprego, […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 07h55 - Publicado em 11 set 2012, 12h51

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REYNALDO ROCHA

Delúbio não nasceu na posse de Lula nem mesmo nas artimanhas criminosas do mensalão.

Delúbio era o todo poderoso gestor do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. O que vem a ser o FAT? É um fundo especial, de natureza contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho, voltado para custear o Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e o financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico. Conforme ainda o próprio site do FAT, a principal fonte de recursos dessa entidade é composta pelas contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP).

Uma cornucópia de dinheiro. Do trabalhador.

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O PT ─ com o concurso entusiasmado da CUT ─ fez uso escancarado deste dinheiro para financiar um esquema nacional de repasses a sindicatos, centrais e apaniguados. Dominavam o conselho do FAT, escolhendo programas e empregos desta verba pública do trabalhador.

O famoso “rachuncho”! Não só a CUT era beneficiada. Dinheiro fácil, sem controle e sem fiscalização eficaz.

Cursos de World, Excel e Power Point (?!?!?) eram oferecidos por estas centrais ─ ou sindicatos ─ para um público que sequer sabia fazer as contas básicas. Assim como cursos (REAIS) de “Fabricação caseira de Sabão”, “Aproveitamento de talos de legumes” ou “Corte e Costura”!

Qual era a mágica? Material xerocado (quando havia), treinandos que moravam perto do “centro de treinamento” (pois na planilha constava o pagamento do custo de transporte, que no caso não era oferecido), lanches de sucos de saquinhos e biscoitos (que igualmente constavam na planilha dos custos de treinamento) e instrutores escolhidos pelo menor valor.

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E o ápice do crime: alunos que não compareciam ao treinamento (alguns inexistentes!), mas que constavam das “listas de presença”.

Empresas e instituições se “especializaram” em ofertar tais cursos e se habilitarem para receber as tais verbas. Outro truque: evitava-se a entrada de proponentes indesejados a partir de um providencial atraso na quitação das faturas dos treinamentos (em alguns casos, inexistentes!) fazendo com que os “escolhidos” tivessem fôlego financeiro para esperar o pagamento superfaturado.

Foi uma festa com o dinheiro do trabalhador. Laboratórios de informática foram alugados a peso de ouro. Xerox ilegíveis eram apresentados como apostilas ou livretos. Pagamentos de quilometragem eram autorizados mesmo sendo absolutamente inverossímeis. Um festival de corrupção.

Quem era o chefe do bando? Quem definia qual empresa/instituição receberia as benesses oriundas do esquema fraudulento? Quem determinava os percentuais que cabia aos partícipes do banquete do que era recolhido em nome do trabalhador?

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Ele mesmo: Delúbio Soares. O imbecilizado depoente da CPI do Mensalão era temido e respeitado. Pela máfia. Detinha a chave do cofre. E distribuía dinheiro em reuniões tensas, como acontece nos covis de ladrões.

Deixo claro que, além de Delúbio, outros estavam na mesma festa de arromba. Arromba cofres. Alguns filiados ao PSDB! (Eu não tenho, como todos por cá, bandidos de estimação).

Mas a maioria dos recursos era destinada à CUT e ao PT. O resto era o cala-boca reservado a outros corruptos que usaram e abusaram de um programa social de requalificação profissional para perpetuar ─ criminosamente ─ a desqualificação dos mesmos. Ensinando nada. Deixando zero como resultado.

Exagero? Qual programa de requalificação resultou em UM ÚNICO caso de sucesso? Quanto foi gasto nestes programas? Quantos trabalhadores foram beneficiados? Qual o resultado deste pretenso benefício? Empregabilidade? Aquisição de conhecimentos que qualificaram desempregados (este, dolorosamente, era o público focado!) a estarem aptos ao novo mercado de trabalho? NADA!

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Absolutamente NADA!

Um crime até hoje impune. De milhões de reais. Desconfio que atinja a casa de bilhões.

Delúbio Soares não assumiu a tesouraria do PT por acaso. Já tinha serviços prestados. Fidelidade canina (peço desculpas aos cães!) demonstrada. Maleabilidade moral comprovada.

Nunca foi um outsider no esquema de arrecadação do PT. Jamais um novato. Nem mesmo um inocente companheiro que estava acima da função para a qual foi cuidadosamente escolhido.

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Tem histórico. Tem experiência. E tinha a certeza da impunidade, derivada do que fez sem sequer ser incomodado.

Esse esquema é perigoso. Muito. Envolve instituições “acima de quaisquer suspeitas”. Políticos donos de fundações, ONG´s e OCIPS de diversos partidos. Na maioria esmagadora, pertencentes ao PT. Mas não só.

E desconhecem limites. Tenho a certeza de que é desta aberração chamada FAT que nasceu o tesoureiro-especialista-em-fraudes que tudo assume com a aura de herói. Ele sabe que não é.

Conta, mais uma vez, com a impunidade que sempre o amparou durante tanto tempo de práticas criminosas.

Um dia a casa cai!

Espero que este dia tenha enfim chegado.

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