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Por Coluna
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Quem tem medo de Jordan Peterson?

Este homem mostra que tentar sufocar a sociedade com leis totalitárias é alimentar um futuro catastrófico e asfixiante às próximas gerações

Por Ana Paula Henkel
Atualizado em 30 jul 2020, 19h49 - Publicado em 12 abr 2019, 16h29

Ana Paula Henkel (publicado no Estadão)

O Muro de Berlim caiu há quase 30 anos, mas as divisões ideológicas no mundo continuam mais acirradas e vivas do que nunca. Alguns até acreditam que a luta entre esquerda e direita ficou ainda mais forte quando a esquerda não tinha mais que justificar as brutais ditaduras da Cortina de Ferro, podendo apenas vender castelos teóricos na Lua sem se importar com as consequências das suas ideias no mundo real. Faz sentido.

Um dos momentos que promete fazer história na eterna batalha de ideias entre quem acredita na falibilidade de governos e na superioridade da ordem espontânea social surgida a partir indivíduos livres, solidários e morais, contra os que defendem governos antidemocráticos comandados por uma elite de sábios e líderes carismáticos com poderes autoritários para decidir tudo por nós, pobres mortais, em nome de abstrações coletivistas como “trazer o paraíso para a Terra”, está por vir no próximo 19 de abril. Você precisa ficar ligado.

De um lado, o esloveno Slavoj Zizek, 70 anos, o marxista mais pop da atualidade. Do outro, o principal intelectual público da atualidade, o canadense Jordan Peterson, 56 anos, autor do best-seller mundial “12 Regras Para a Vida”, do clássico “Mapas de Significado” e um incansável cavaleiro que luta por ideias que têm ajudado milhões de leitores, fãs e alunos a buscar sentido para suas vidas assumindo responsabilidades e abraçando objetivos concretos e positivos para seu futuro.

Muitos aqui na América do Norte já acompanhavam Jordan Peterson quando ele se opôs à lei C-16, criada pelo governo esquerdista do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que proíbe os cidadãos de usar a referência do sexo biológico a uma pessoa sob pena de infringirem os “direitos humanos”. Vídeos onde Peterson defende, irredutivelmente, os princípios da liberdade de expressão ─ que são os pilares das sociedades americana e canadense ─ viralizaram, e o então desconhecido professor da Universidade de Toronto se tornou uma das maiores vozes contra legislações que, travestidas de nobres intenções, colocam toda a sociedade à mercê de leis totalitárias. Jordan Peterson não é um escravo do que a audiência quer ouvir, e talvez seja por isso que sua audiência cresce vertiginosamente.

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Suas ideias nada politicamente corretas sobre o mundo tomaram proporções gigantescas quando foi entrevistado pela inglesa Cathy Newman para a emissora de TV Channel 4. A entrevista, que tem quase 15 milhões de vizualizações no You Tube, definitivamente tirou Dr. Peterson, como é conhecido no mundo acadêmico, do anonimato no Brasil. O duelo entre Peterson e Newman, uma feminista de carteirinha que jogou várias “cascas de banana” durante a conversa, se tornou uma clássica aula de como refutar o politicamente correto com estudos científicos que implodem argumentos vazios embasados apenas em ideologia. E tudo isso sem elevar a voz ou perder a elegância, sempre um exemplo a ser seguido.

Num mundo de sinal trocado e da pós-verdade de hoje, Jordan Peterson é uma rara ilha de bom senso e sabedoria e é visto por certas elites como um representante da “alt-right”, o que é uma idiotice demonstrável, entre outras denominações típicas de quem está, na verdade, apavorado com a sua ascensão e sua influência, especialmente entre jovens. Seus inimigos podem ser minoria, mas sabem o que estão fazendo e dispõem de recursos quase ilimitados para tentar assassinar a reputação do professor e psicólogo da Universidade de Toronto.

Jordan Peterson não é apenas um gênio das ideias, mas também da capacidade de argumentar e persuadir, o que está deixando seus críticos cada vez mais atônitos. Resta a eles, como sempre, o xingamento fácil como alternativa ao árido trabalho de debater suas ideias de maneira honesta e franca. É neste ambiente intelectual conflagrado que o debate com Slavoj Zizek é tão esperado, já que é difícil imaginar o esloveno conseguindo “lacrar” no debate com falácias baratas, ofensas pessoais e bordões. Acredito que a ocasião possa ser uma oportunidade única para que finalmente dois titãs possam se enfrentar num debate franco sobre as principais correntes de pensamento dos últimos séculos no Ocidente.

O “duelo de titãs”, como vem sendo chamado o debate entre os dois pensadores, é especialmente importante para os jovens que não viveram a Guerra Fria e não fazem ideia do que foi a URSS e seus 30 milhões de mortos. Uma pesquisa perturbadora recente mostrou que os jovens americanos estão cada vez mais simpáticos ao socialismo, muitos deles preferindo o que entendem ser o utópico regime ao capitalismo. Quando a alma da América está em jogo e correndo tanto perigo, o aparecimento de alguém como Jordan Peterson é tão milagroso que parece uma intervenção direta da providência divina. Amém.

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Jovens estão sendo levados a crer que o socialismo é o regime dos países escandinavos, que estão entre os economicamente mais livres do mundo, por conta de seus programas estatais de transferência de renda. Quem ensina essa ideia nas escolas, universidades e redações evidentemente esconde que estes países já eram muito ricos antes de adotarem estas práticas, quando eram economias ainda mais livres do que hoje. Ou que seus gastos de defesa são ínfimos porque a América e suas forças armadas estarão sempre de prontidão para proteger o mundo livre.

Estou na torcida para que Jordan Peterson tenha condições de expor suas ideias com a competência e o brilho de sempre, abrindo os olhos do mundo e especialmente dos mais jovens sobre o que é o socialismo e o que ele produz quando implementado na vida real. Mas Jordan Peterson propõe mais do que “apenas” a batalha contra as utopias vendidas pelas atuais redações e o politicamente insano, ele propõe uma revolução interior, uma “descida aos nossos infernos” para um olhar na real melhoria da sociedade a partir de nossas atitudes. No mundo atual, imediatista e afetado como o que testemunhamos, onde a culpa de todos os problemas é sempre terceirizada, um olhar interno mais duro e crítico para a aceitação de nossas imperfeições e correções de rota é uma pedra no sapato dos socialistas de sofá e guerreiros da justiça social. Contra o fascismo imaginário, Jordan Peterson é um problema real para quem precisa amadurecer. “Nos deram espelhos e vimos um mundo doente…”, salve Renato!

Em um mundo que prega a sonegação do óbvio e do bom senso, onde se exalta o império do discurso único, cada vez que Jordan Peterson se dirige a uma audiência, cada novo vídeo, palestra ou livro disponível, a impressão é que este canadense fora de série está, aos poucos e como um exército de um homem só, salvando o que precisa ser salvo da cultura ocidental. O recente livro do professor que se tornou um best-seller mundial (12 Regras Para a Vida ─ Um Antídoto Contra o Caos) fornece 12 regras para vida. Permitam-me acrescentar a décima terceira: leia e veja tudo que puder deste homem que mostra que tentar sufocar a sociedade com leis totalitárias e regras que reprimem a liberdade de expressão é alimentar um futuro catastrófico e asfixiante para as próximas gerações.

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