Oliver: Honra ao mérito
Foi de trincheiras como esta que partimos dos quase poucos por cento para a quase unanimidade que derrubou a jamanta atravessada no Planalto
VLADY OLIVER
Como tantos aqui, comemoro a “tomada da pastilha”. A deposição do PT. A decomposição do PT. O fim da era da “prizidenta” e seus desdentados de turno. A prisão de Lula que se anuncia. A inscrição “ordem e progresso” na nova marca presidencial. Acho que democratas como Augusto Nunes – não por acaso meu irmão de pais e mães diferentes, que tantas vezes cedeu o seu banquinho democrático para o arremesso de meus impropérios – merecem alguns minutos de elogiosa reverência pelos serviços prestados à nação brasileira.
Foi daqui e de outras trincheiras igualmente comprometidas com a libertação de um país das garras de uma camorra que partiu a maior parte dos petardos que foram minando aos poucos a resistência dessa ditadura vagabunda e bolivariana, travestida em “governo de inclusão social” dos párias e malandros que infestam essa américa emborcada na latrina. Foi daqui que partimos dos quase poucos por cento para a quase unanimidade que derrubou aquela jamanta atravessada no Planalto.
De propósito, lembro aos leitores aqui presentes que são só alguns minutos de reverência. Ganhamos essa batalha, mas estamos longe de ganharmos a guerra. E a guerra se travará agora muito mais no campo da surdez ideológica que no calor das ruas. De volta às alcovas, o que políticos mais gostam de fazer é se multiplicar. Precisaremos agora, mais do que nunca, estarmos alertas e vigilantes para as portinholas já arrombadas de nossa consciência marreta.
Em que pese o fato de que estes petistas agora só falam para as paredes, bastam poucos exemplos – maus exemplos – da péssima política que insistimos em cultivar por aqui para tudo voltar à estaca zero e voltarmos a ouvir o inglório cacarejo: “por onde passa o Lula, a coisa se ilumina”.
Já estou com saudade do tempo em que éramos ingênuos, o dinheiro abundava e tudo era mais fácil de se conseguir. Para subirmos de volta dessa pirambeira moral em que nos meteram precisaremos de muito esforço, muita determinação e algum talento. Coisas que sobram por aqui, neste luminoso tatame onde treinamos o bom combate por todo esse tempo, sem descanso.
Valeu o curso de arremesso de palavrões, meu grande irmão touro sentado. Nós, da tribo dos taquaritingas, saudamos as nuvens que colhemos nessa incansável dança da chuva. Que ela seja generosa e nos permita uma colheita, senão farta, pelo menos justa.
Obrigado, mestre Augusto! Foi uma honra chegarmos até aqui. Amanhã tem mais!