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Augusto Nunes

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Oliver comenta o início da campanha na TV

O texto que se segue completa a análise do primeiro dia da campanha na TV. E mostra que o nosso Oliver, um dos grandes atacantes do timaço de comentaristas, é craque também em marketing eleitoral. (AN) RUDIMENTOS DE MARKETING PARA FILHOS CAÇULAS VLADY OLIVER  Acabo de re-assistir o mesmo horário eleitoral, desta vez com minha família […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h15 - Publicado em 20 ago 2014, 02h20

O texto que se segue completa a análise do primeiro dia da campanha na TV. E mostra que o nosso Oliver, um dos grandes atacantes do timaço de comentaristas, é craque também em marketing eleitoral. (AN)

RUDIMENTOS DE MARKETING PARA FILHOS CAÇULAS

VLADY OLIVER 

Acabo de re-assistir o mesmo horário eleitoral, desta vez com minha família por perto, para colher as impressões de um suposto “público alvo” dos nobres candidatos. Confesso que a tirada do show ficou por conta do eterno candidato aerotrem, que afirmou logo depois dos dois principais concorrentes que “este país que vocês acabaram de ver não é o Brasil; deve ser outra coisa” ─ arrancando risadas gerais de minha turminha. Como explicar em linguagem simples e direta para o cidadão comum o sentimento que nos invade sem parecer aquilo que meu filho chamou muito apropriadamente de “candidatos-pedreiros”. Tenho certeza de não estar nem sendo preconceituoso em minha observação, já que um dos candidatos afirmou no JN ter sido assistente de pedreiro.

Vamos lá. O mundo editorial ─ e o político, e o publicitário, e o televisivo ─ vive de imagens, projeções e construções. Se partirmos do princípio de que, do ponto de vista ético, temos um candidato melhor que os outros, por que será que sua comunicação não traduz essa qualidade? Eu diria que é como jogar naquele campo de várzea onde uma trave está uns três metros abaixo da outra, e a pirambeira faz a bola sempre acabar no campo adversário. Mas diria também que ambos os sabões em pó não sabem se diferenciar em essência. Optaram inclusive pelas mesmas referências estéticas e metafóricas. No jargão publicitário, dizemos que “beberam na mesma fonte”, o que significa quase um plágio um do outro, no campo estético.

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Já no campo do discurso, o que Aécio explorou em civismo deixou de explorar em contundência. Cabe dizer aqui que, se a campanha dele se resumir a uma cena desfocada de fundo e ele mesmo testemunhando, pode ganhar um imediatismo e uma dinâmica jamais vistos em campanhas semelhantes, explorando cada dia o noticiário em pauta na imprensa. E temos ainda a questão vocabular, que Dilma nem sabe do que se trata. O que um candidato pode ou não pode falar? Um candidato pode falar sobre o que quiser. E mais; se falar com propriedade mostrará destemor e descomprometimento.

O “governo corrupto” de Dilma Rousseff já é cantado em prosa e verso por aí. Eu não perderia uma só oportunidade de me referir a este governo como ele efetivamente é: inepto e corrupto. É uma transcendência, como o beijo gay e o palavrão em horário nobre. O que estou repetindo aqui com insistência é que podemos ser incisivos sem ser grosseiros. Verdadeiros sem sermos hipócritas. Criativos sem sermos irresponsáveis. Aécio tem tudo isso contra si neste exato momento. Só depende dele mesmo para virar o jogo, coisa que não acontece com sua oponente, mergulhada até o pescoço numa administração medíocre que ela já não pode esconder.

Se dois sabões se apresentam com a mesma propaganda, com pequenas diferenças de acento, a autofagia entre ambos será inevitável ─ e ninguém ficará sabendo direito quem falou o quê e quem lava mais branco na bagaça. Não fica no gavetão do “share of mind”. A bem da verdade, este é um horário de minha vida que eu preferiria esquecer. E Dilma pagando uma de Seu Sirvo ou Luciano Huque, entregando casas populares, é um escárnio, não é mesmo? Populismo mais rombudo que este só o presidente pajarito distribuindo papel higiênico para os seus zincas venezuelanos. Que pobreza. Presidente serve pra isso ? Animador de bingo? Vai indo…

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