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Augusto Nunes

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Oliver: ‘A pobreza me incomoda’

VLADY OLIVER É lógico que não estou me referindo à pobreza dos desvalidos, dos desafortunados e dos desassistidos. Falo dessa pobreza elevada ao estado de arte, cacarejada em prosa e verso por uma bando de encostados na grande teta pública e defendida por uma ideologia rombuda e decapitada, que insiste em eternizar suas causas e […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h00 - Publicado em 26 set 2014, 17h15

VLADY OLIVER

É lógico que não estou me referindo à pobreza dos desvalidos, dos desafortunados e dos desassistidos. Falo dessa pobreza elevada ao estado de arte, cacarejada em prosa e verso por uma bando de encostados na grande teta pública e defendida por uma ideologia rombuda e decapitada, que insiste em eternizar suas causas e efeitos na sociedade escorchada de sempre. Para aqueles que pensam, a charada do discurso de campanha proferido no plenário errado em si só já é espantosa. Dona Dilma não vê limites no uso do público, da privada e de outras louças diversas para fazer seus proselitismos e adular sua corja de militantes antiimperialistas pagos em mortadela. E já passou em muito dos limites de ser enquadrada pela lei, não é mesmo?

Aqui ninguém chia. A confraria de pilantras finge que não vê o que está acontecendo. Os confrades de sempre não conseguem olhar além da cartilha picareta do socialismo rastaquera para ver que a decência conspurcada por aqui gera nossos próprios decapitadores. O Estado Islâmico não é muito longe daqui, meus caros. Já há uma primeira filial dele no Complexo de Pedrinhas, com extensões diversas pelo Jardim Ângela e adjacências. É o resultado de doze anos de militantismo rombudo sobre nosso capitalismo infame e infante. O resultado de vinte anos trilhando o caminho errado sob o aplauso de uma galera que ainda tenta ver no socialismo assistencialista a fórmula do sucesso.

E dá-lhe AMAs de especialidades e mutirões de catarata pendendo das campanhas presidenciais, entre uma decapitação e outra. “Não dá voto”, devem afirmar os barbudinhos de prancheta que pilotam essas campanhas broncas. Pois eu digo que dá. Não só dá como capitaliza uma indignação poderosa, aqui exemplificada pelo tsunami de comentários gerados nos dois posts que tratam deste assunto inóspito. E mostraria candidatos afinados com o seu tempo, respondendo as demandas de seus eleitores em tempo real, virtudes e defeitos idem. Mas quem quer se arriscar a ser moderno? Em meu comentário passado afirmei que a estética da esquerda no poder é um Trabant. Um carrinho feio cujo motor zune igual mosca varejeira. Os Pol Pots da vida vibram com resultado troncho de suas tecnologias rombudas, seus simulacros de modernidade e suas sustentabilidades insustentáveis.

Prevejo mais quatro anos de imobilismo com qualquer dos três postulantes ao cargo máximo de cacarejador oficial da república bananeira do Brasil. Tanto faz. Com um discurso destes na mão dava para fazer um estrago razoável na imagem da baioneta rotunda que quer nos desgovernar por mais tempo. Nas mãos desses pobres profissionais arregimentados para fazer “oposição, pero no mucho”, a coisa deve virar no máximo um tópico perdido no meio dos gorjeios dos candidatos que não se animam nem com a nossas decapitações, que dirá com as dos islâmicos… Enfim. A pobreza me incomoda. Não aquela que quer subir na vida. Aquela que quer um encosto para viver. Estes três candidatos aí são de uma pobreza insuportável. Vai indo, Brasil. Não me espera pro churrasco.

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