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Augusto Nunes

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“O fim e o princípio”e outras notas de Carlos Brickmann

Qualquer que seja o vencedor, enfrentará tarefa dupla: fazer com que as coisas funcionem, o que já é trabalho suficiente; e enfrentar a oposição

Por Carlos Brickmann
Atualizado em 4 jun 2024, 16h36 - Publicado em 28 out 2018, 07h09

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Alívio geral: aquela avalanche de mensagens em favor do Coiso e do Poste cessa hoje. Mas não fiquem felizes: em dois dias, no máximo, vem a choradeira do perdedor. E, em 1º de janeiro, encerrada a fase da choradeira, começa a tarefa de botar nosso país em ordem. Como está não pode ficar.

Qualquer que seja o vencedor, enfrentará tarefa dupla: fazer com que as coisas funcionem, o que já é trabalho suficiente; e enfrentar a oposição. Quase metade dos eleitores estará na oposição. Por mais que pareça surpreendente, tanto os seguidores do Coiso como do Poste os adotaram como ídolos. Não é preferência eleitoral, é paixão pelos candidatos. A dor de cotovelo pela derrota vira oposição sistemática. Soy contra, e pronto.

Formar o Governo não é problema: há o Centrão para oferecer seus gentis préstimos à governabilidade. Mas qualquer proposta irá sofrer com a torrente de paixão que tomou conta do Brasil. Imagine um eleitor do Poste aceitar uma decisão do Coiso, ou vice-versa! E nenhum dos candidatos tem o perfil conciliador que ajudaria a normalizar as relações do Governo com a oposição. Ambos até podem dizer que seu objetivo é a paz, mas não dá: o Coiso, quando se distrai, o que menos mostra é vontade de conciliar. E o Poste, além de buscar instruções em Curitiba com seu chefe ressentido, já foi capaz de defender em livro o trabalho escravo, desde que promovido por países socialistas. Ideologia pura. E guerra ao adversário o tempo todo.

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Coisa estranha

Quem pode explicar as incursões policiais em universidades para tirar faixas com as quais todos concordamos? Evitar que universidades públicas façam propaganda de um candidato, OK; mas repúdio ao fascismo tem algo a ver com as eleições? A campanha petista acusa Bolsonaro de ser fascista, mas as faixas nas universidades não atacavam o candidato. Outra coisa estranha: andaram tomando depoimento de professores nas próprias universidades, sem intimação, sem advogados. Por que? Com que objetivo?

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Votos dos postistas

As redes de Haddad passam informações sobre candidatos que recebem seu apoio informal nas disputas estaduais. Alguns dele, segundo o colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder: Márcio França (SP), Antonio Anastasia (Minas), Rodrigo Rollemberg (DF), Belivaldo Chagas (SE) e Eduardo Paes (Rio).

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Candidato mais lido

A Taboola, maior plataforma mundial de descoberta de conteúdo, apurou que Bolsonaro tem mais leituras on-line do que Fernando Haddad. A diferença em favor de Bolsonaro é de 20 milhões de leiturason-line da data do primeiro turno até hoje. Bolsonaro também ganha no tempo que seus adeptos dedicam à leitura. Foram 66,2 milhões de eleitores, que leram sobre ele durante 2,09 milhões de horas. Haddad teve 41,7 milhões de leitores on-line, que dedicaram 1,5 milhão de horas de leitura a ele.

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Traficantes em casa

A decisão é do ministro Ricardo Lewandowski: concedeu prisão domiciliar a 14.750 mulheres traficantes, grávidas ou mães de crianças até 12 anos. A decisão atinge também as mulheres condenadas em segunda instância. Ao julgar o caso de uma mulher condenada em segunda instância por tráfico, Lewandowski resolveu estender a decisão a todas as traficantes na mesma situação. O sinal está dado: traficantes, engravidem!

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Seguro-saúde enquadrado

O Superior Tribunal de Justiça ordenou que uma operadora de planos de saúde ofereça imediatamente o home-care (cuidados em casa) a uma segurada de 81 anos que sofre do Mal de Parkinson. A decisão foi tomada no dia 23, e se estende a todos os pacientes cujos médicos determinem o home-care. De acordo com o STJ, não cabe ao Judiciário dizer qual o tratamento adequado para o paciente quando há indicação expressa de home-care. “Afastar a obrigação do plano de saúde em fornecer a internação domiciliar para beneficiária idosa e enferma implica tornar inútil o plano de saúde, contratado na expectativa de ser devidamente atendido no tratamento de sua saúde”, disse a ministra Nancy Andrighi. No caso, a senhora a quem o plano de saúde negava o home-care era segurada há 34 anos, e a necessidade do serviço era comprovada por laudo médico.

 

Mulheres à frente

O setor mais dinâmico da economia brasileira, o agronegócio, é cada vez mais feminino. Mais de 1.500 pessoas estiveram no 3º Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio, realizado nesta semana em São Paulo. Cargos-chave no setor são ocupados por mulheres: deputada Tereza Cristina, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, Beth Cirne Lima, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon. E 60% das mulheres do agronegócio têm curso superior. Vale prestar atenção.

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