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Celso Arnaldo: A metodologia do prefeito combina má-fé, mau caráter, gatunagem, analfabetismo funcional e burrice

Uma nota com o título Criminoso confesso divulgou, neste domingo, a frase que determinou a internação no Sanatório Geral do paciente Luciano Agra e o parecer da equipe médica. Confira: “Meu filho, entregue o cargo antes que descubram o restante. Fique em silêncio que saberemos como lhe recompensar”. (Luciano Agra, prefeito de João Pessoa (sem […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 07h44 - Publicado em 1 out 2012, 17h37

Uma nota com o título Criminoso confesso divulgou, neste domingo, a frase que determinou a internação no Sanatório Geral do paciente Luciano Agra e o parecer da equipe médica. Confira:

“Meu filho, entregue o cargo antes que descubram o restante. Fique em silêncio que saberemos como lhe recompensar”. (Luciano Agra, prefeito de João Pessoa (sem partido), na mensagem ao secretário Alexandre Urquiza que queria mandar por email e acabou escancarada no Twitter, convidando o Brasil decente a perguntar aos berros o que ainda esperam os homens da lei para enquadrar os dois bandidos.

Sempre vigilante, o jornalista Celso Arnaldo Araújo achou que o caso merecia um exame menos superficial. E resolveu presentear os leitores da coluna com o texto abaixo reproduzido. AN

É evidente que o Agra apagou esse tweet-confissão. Mas, para se justificar junto aos que receberam indevidamente o original ou o lerão aqui, ele deixou no lugar, com a mesma data do dia 26 de setembro, uma daquelas tentativas digitais de limpeza de cenário de crime que fedem mais do que o de cujus putrefato. É, aliás, a última entrada em seu Twitter, ‏@lucianoagra:

“Comunico aos meus seguidores que invadiram minha conta. Não considerem tudo que foi veiculado indevidamente no meu nome no dia de hoje”.

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O “dia de hoje”, repita-se, é 26 de setembro.

Vejamos: neste tweet reparador, ele avisa a seus seguidores que, por causa de uma suposta invasão de sua conta, nem tudo que foi twittado por ele naquele dia deve ser “considerado”. Nem tudo não é tudo. Portanto, entre os tweets do dia 26 há os que podem ser considerados autênticos. Como ele não inclui especificamente, no rol das mensagens hackeadas, a que foi dirigida ao secretário Alexandre Urquiza, sugerindo sua demissão voluntária, seu silêncio e uma compensação, não houve propriamente uma retratação dessa autêntica e autenticada confissão pública de formação de desvio de dinheiro público, peculato, formação de quadrilha e outros crimes correlatos. Mesmo porque, eventuais hackeamentos podem ser facilmente periciados.

Detalhe: Urquiza era o Secretário da… Transparência Pública de João Pessoa. Curiosamente, ao ler o e-mail que virou tweet, ele não achou por um instante que seria falso, escrito por outro internauta que não fosse o prefeito. Renunciou no dia seguinte, deixando uma carta cheia de mal traçadas entrelinhas (aqui, na íntegra), na qual, para tentar livrar a cara do parceiro prefeito de múltiplas acusações, fala em “forças poderosas a serviço do Palácio da Redenção”, sede do governo da Paraíba. Ou seja: Alexandre está seguindo, disciplinadamente, a ordem dada pelo e-mail que foi parar no Twitter de Agra. Justiça seja feita: está cumprindo sua parte na “detransparência pública” que a sujeirada exige.

Pela metodologia de Luciano Agra, que combina má-fé, mau caráter, gatunagem, analfabetismo funcional e burrice, intuí que o prefeito de João Pessoa é chegado do Lula. Não conhecia sua ficha, fui checar e bingo: ele se filiou ao PT em agosto último, em ato comandado por… Lula. Era do PSB, ganhou a prefeitura da capital quando Ricardo Coutinho (PSB) saiu em 2010 para concorrer ao governo da Paraíba ─ mas Agra foi derrotado nas prévias de seu partido e perdeu a chance de tentar reeleger-se este ano. Nestas eleições, apoia em João Pessoa seu xará, Luciano Cartaxo ─ do PT, claro. Virou inimigo do governador Coutinho.

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Portanto, Augusto, está explicado o DNA desse tweet escandaloso, que dispensaria até o tradicional “rigoroso inquérito” para enviar Luciano Agra, sem delonga, à Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, mais conhecida como Presídio do Roger, em João Pessoa.

PS: não me pergunte, Augusto, quem foi Flósculo da Nóbrega ou mesmo o Roger, que por certo não é o Abdelmassih. É muita informação para uma pessoa só ─ João Pessoa.

Abraço

Celso Arnaldo

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