A grande ideia de Gleisi merece o apoio da nação
A presidente do PT quer que o partido caia fora da eleição de 2018 se Lula for impedido pela Justiça de disputar um terceiro mandato
Num Brasil tão carente de boas notícias e grandes ideias, merecia ser anunciada com estardalhaço e festejada com fanfarra e foguetório a mais recente produção mental da grife Gleisi Hoffmann: a presidente do PT propõe que, se Lula for impedido de candidatar-se em 2018, o partido caia fora da próxima eleição em todas as instâncias. Como o chefão não escapará da transferência do palanque para a gaiola, os brasileiros decentes podem sonhar com uma campanha sem nenhum candidato do PT. Nem a presidente, nem a governador, nem a senador, nem a deputado. Federal ou estadual.
Se a grande ideia de Gleisi vingar, o país que presta seria dispensado de sepultar nas urnas os parteiros da Era da Canalhice, e poderia concentrar-se no enterro de outros bandos criminosos disfarçados de partido. O Congresso se tornaria mais respirável. Cofres estaduais não ficariam à disposição dos assaltantes acampados no gabinete ao lado. E a Lava Jato não teria de manter sob estreita vigilância a maior usina de criminosos irrecuperáveis.
O sumiço dos comícios da companheirada provocaria efeitos colaterais extraordinariamente positivos. O restante dos corpos de João Pedro Stédile e Guilherme Boulos, por exemplo, engatariam uma quinta marcha e chegariam mais cedo ao passado onde as duas cabeças estacionaram desde sempre. A dupla de terroristas de botequim reúne todos os defeitos necessários para a fundação de um foco guerrilheiro na selva amazônica.
Pela primeira vez desde que estreou na carreira política, Gleisi teve uma grande ideia. Merece o aplauso unânime dos democratas, além do apoio incondicional de todo brasileiro com mais de 20 neurônios.