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Por Filipe Vilicic
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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Vídeos ensinam crianças a se suicidar no YouTube Kids

O app, em tese pro público infantil, também têm vídeos que tratam de abusos sexuais, dentre outros temas adultos. O que fazer se seu filho usa o YouTube?

Por Filipe Vilicic Atualizado em 28 fev 2019, 16h45 - Publicado em 28 fev 2019, 16h23

O YouTube Kids foi lançado em 2015 para, em teoria, servir de filtro para o que crianças assistem na internet. Como no YouTube original há, digamos assim, de tudo (de vídeos de terroristas a grupos de pedófilos), o Kids serviria como um lugar seguro onde se poderia deixar os filhos navegando. Porém, não demorou para se revelar que lá não é tão seguro assim. Muito pelo contrário – e em mais um capítulo das dores de cabeça que têm incomodado o YouTube nas últimas semanas.

Desde a estreia do aplicativo começaram a aparecer publicações com desenhos animados se matando; outros que abordavam atos sexuais; etc. No ano passado, revelou-se que haviam até gravações ensinando jovens a se suicidar. Sempre que esses problemas se tornam públicos, o Google, dono do YouTube, logo responde, dizendo que deletou os conteúdos e que aprimorou seu algoritmo e seus métodos de peneira para que esse tipo de vídeo não mais apareça no Kids.

Só que, nos últimos dias, vídeos que literalmente ensinam crianças a se matar voltaram a se disseminar, em nova onda. A denúncia começou quando uma blogueira estadunidense, mãe e pediatra, flagrou uma dessas gravações, na qual um homem exibia exatamente onde se deve cortar o pulso.

(A questão fica ainda mais grave quando se leva em conta que, entre 2000 e 2015, o número de suicídios na faixa dos 10 aos 14 anos saltou 65%. Dentre os adolescentes de 15 a 19 anos o crescimento também foi alarmante: 45%)

O que o YouTube promete agora? Mais uma vez, deletar os vídeos e fazer o possível para que as filmagens impróprias não entrem no Kids novamente. Será que isso dá certo?

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É óbvio que não. Para cada ação de contenção tomada na internet, há um batalhão de indivíduos perturbados mundo afora trabalhando para contorná-la. Assim como é, na prática, inviável acabar com a atividade de criminosos em redes sociais, como no próprio YouTube, por enquanto não se vê uma real possibilidade de impedir que desvios sejam exibidos no YouTube Kids. E para crianças. O Google, dono do YouTube, no máximo realiza manobras pontuais para conter crises igualmente pontuais – e, pelo que se indica, tão-somente quando esses casos ganham grande repercussão pública.

Então, o que resta fazer para que um jovem não se depare com esses vídeos? É simples: não confiar a educação dos filhos ao YouTube, ao Facebook, ao WhatsApp.

O cerne do problema, convenhamos, não está no YouTube. Nem no Facebook. Nem no Twitter. Mas nos pais. Aqueles pais do século XXI que adotaram o costume de usar o iPad como babá. Que, para se afastar de problemas de seus filhos, colocam uma tela com youtubers à frente deles. E nem acompanham o que eles veem na internet.

Ou seja, tudo seria melhor resolvido se esses pais deixassem de jogar seus filhos no mundo virtual, abandonados, navegando sozinhos – no máximo, com amiguinhos – em barcos no meio de uma tempestade que não entendem. A solução seria da mais fácil: acompanhar as crianças nas aventuras pela internet. Se não sempre, ao menos na maior parte das situações.

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Assim, quando um vídeo bizarro (ou perigoso) surgisse no YouTube Kids, por exemplo, os pais poderiam orientar o filho a como lidar com a situação (serviria depois, inclusive, para quando o menino ou menina voltasse a encarar o problema, aí sozinho ou com colegas). Além disso, os adultos também conseguiriam assim ter ciência não só sobre o que está sendo visto. Mas também acerca do tipo de mensagem que está sendo absorvida pelas crianças; com quais youtubers os filhos estão se identificando; as ideias expostas por esses famosos, e que têm sido reproduzidas pela juventude.

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Adotar esse tipo de atitude é, digamos assim, bem mais trabalhoso do que simplesmente culpar o YouTube e os youtubers por tudo (tratei disso também em vídeo aqui em VEJA). Não é verdade? Porém, assim os pais exibiriam que estão realmente preocupados com a – e próximos da – criação de seus filhos. E dessa forma não teria mais qualquer youtuber capaz de afetar mais as decisões das crianças do que seus próprios pais.

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