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Unifesp participa da maior análise mundial sobre drogas

O maior levantamento online sobre drogas do mundo, o Global Drugs Survey (GDS) 2016/2017, começou a ser produzido em 20 países

Por Da redação
Atualizado em 9 dez 2016, 10h32 - Publicado em 9 dez 2016, 10h25

O maior levantamento online sobre drogas do mundo, o Global Drugs Survey (GDS) 2016/2017, começou a ser produzido em 20 países. No Brasil, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) coordena o estudo que tem foco na entrada de novas drogas no mercado, padrões de uso, preços e nível de acesso, bem como o impacto sobre o consumo mundial da maconha após mudanças de seu status legal. O GDS é uma ferramenta importante para compreensão do problema do consumo de drogas e do narcotráfico. Durante a primeira década do milênio, o narcotráfico faturou, em média, 900 bilhões de dólares ao ano, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).

“Esse levantamento tem um poder muito grande de detectar fenômenos recentes, como acontece de ano em ano, mostra as tendências como nenhum outro [levantamento]”, destaca Clarice Sandi Madruga, psicóloga da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD/Unifesp) e organizadora do levantamento no Brasil. O GDS é feito desde o ano 2000 sob a coordenação do psiquiatra Adam Winstock, consultor sobre vícios do Maudsley Hospital, em Londres, o professor honorário do Kings College London, e por uma equipe de especialistas do grupo de países.

De acordo com a pesquisadora, os dados revelam a aparição de novas drogas no mercado. “O levantamento já tinha apontado a cannabis sintética no mercado e assim ficou sendo a principal fonte do desenvolvimento das novas legislações que proibiram seu uso”. Clarice disse que os dados do GDS 2014/2015 mostraram que um em cada quatro usuários precisaram de emergência no uso da metafetamina. “[O estudo] Mostrou isso bem solidamente: o quão perigoso estava sendo aquela droga que era vendida legalmente como legal highs [barato legal] em muitos estados americanos e na Europa”, completou ela.

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O último GDS 2014/2015, mostrou que o Brasil é o segundo país no qual os usuários mais consomem álcool de forma abusiva – 27,5% dos participantes alegaram ter ficado extremamente embriagados pelo menos uma vez ao mês. O Brasil está atrás apenas da Irlanda, com 29%. “E no aspecto quantidade de busca por emergência em função do consumo exagerado de álcool, o Brasil também só perdeu para a Irlanda”, aponta Clarice. Um em cada 30 participantes procurou serviços de emergência após beber. “O levantamento também revelou que o preço da cocaína aqui no país é a mais barata do mundo e a mais forte, isto é um dado assustador”, avaliou a pesquisadora.

Para o GDS 2015/2016 não houve número suficiente de coletas – é necessário no mínimo 5.000 questionários respondidos. A pesquisadora enfatiza que, como é um levantamento feito pela internet, não é representativo da população. ” É como se fosse uma lupa nos grupos de risco. As prevalências de uso são todas muito mais altas, e geralmente quem responde o levantamento pela internet são os jovens que já são por natureza um grupo de risco”.

Por isso, ela chama a população brasileira para participar da pesquisa. “Precisamos desse mínimo de participantes para que tenha comparação [do Brasil] com outros países e para termos uma participação importante nesse levantamento. Qualquer pessoa com mais de 16 anos pode participar. Não precisa ser usuário de drogas, pois o levantamento também aborda café, energético, todos podem responder. Inclusive alguém que é abstêmio”, acrescentou a responsável pela pesquisa no Brasil.

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Todos os indivíduos com 16 anos ou mais podem responder ao inquérito, independente de serem ou não usuários de qualquer droga. O questionário em português ficará disponível no link até o dia 31 de janeiro de 2017.

Resultados

Clarice ressalta que os resultados auxiliam o planejamento de ações governamentais voltadas à saúde. Os dados da Global Drug Survey de 2015, por exemplo, propiciaram a formação de políticas públicas na Grã-Bretanha e em outras localidades europeias. O estudo também detectou pela primeira vez o uso da maconha sintética no Brasil, identificando os riscos associados a essa substância, que coloca um a cada oito usuários em serviços de emergência por complicações relacionadas ao uso. A coleta anterior contou com a participação de 107.624 participantes de diferentes nacionalidades.

(Com Agência Brasil)

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