Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Tratamento de fertilidade predisporia bebês a más-formações

Por Saeed Khan
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h37 - Publicado em 5 Maio 2012, 13h38

Bebês concebidos a ajuda de tratamentos de fertilidade seriam mais propensos a nascer com sérias deficiências físicas, revelou um estudo australiano que será publicado neste sábado.

A concepção com base em tratamentos como indução da ovulação, fertilização in vitro (proveta) ou injeção de esperma diretamente no ovo resultou em sérias deficiências em 8,3% dos casos estudados, afirmou a equipe de pesquisas.

A proporção correspondente em concepções espontâneas foi de 5,8%, uma diferença “muito” significativa, disse à AFP Michael Davies, da Universidade de Adelaide, principal autor do estudo que será publicado no New England Journal of Medicine.

“Algo que não se costuma falar numa clínica (de fertilidade), eu penso, é o risco de se ter um bebê anormal. E portanto, isto reforça a necessidade de que o tema precisa ser falado entre médicos e pacientes”, acrescentou.

“Eles devem discutir os riscos na escolha do tratamento”, emendou.

Davies, do Instituto de Fertilidade da Universidade de Robinson, disse que a pesquisa se concentrou em deficiências sérias, “que ou requerem tratamento ou que, em não havendo tratamento, são consideradas incapacitantes”, como problemas cardíacos ou paralisia cerebral.

A pesquisa acompanhou 308.974 nascimentos registrados na Austrália entre janeiro de 1986 e dezembro de 2002, dos quais 6.163 resultaram de concepção assistida.

Continua após a publicidade

“Eu acredito que não há qualquer razão para que não fosse aplicável à maioria das clínicas ao redor do mundo”, disse Davies, que pediu a realização de mais estudos.

Mais de 3,7 milhões de bebês nascem todo ano como resultado de tratamentos de fertilidade.

A pesquisa, que cientistas dizem ter sido a mais abrangente do tipo já feita, descobriu que nem todos os tratamentos são igualmente arriscados.

Os cientistas observaram deficiências em 7,2% das crianças nascidas de fertilização in vitro (IVF) e 9,9% daquelas nascidas após injeção de esperma intracitoplásmica (ICSI).

No caso da fertilização in vitro, o percentual caiu significativamente quando levados em consideração fatores como idade dos pais, tabagismo e outros fatores, mas no caso da ICSI, continuou alto.

A injeção de esperma, em que um espermatozóide é injetado diretamente no óvulo, é uma forma de fertilização in vitro, que consiste na fertilização de um óvulo fora do corpo, em laboratório.

Continua após a publicidade

Davies disse que há algumas teorias que explicam por que a injeção seria mais arriscada, possivelmente devido a esperma danificado ou danos causados pela manipulação do esperma no laboratório.

No caso da fertilização in vitro, o espermatozóide entrou no óvulo por iniciativa própria.

“Há fatores associados à ICSI que exigem mais pesquisas”, destacou.

Os pesquisadores também descobriram que os riscos triplicaram em mulheres que fizeram uso de citrato de clomifeno, um medicamento utilizado para induzir a ovulação.

“Embora fosse restrito a um pequeno grupo do nosso estudo, este fator é particularmente preocupante porque o citrato de clomifeno está amplamente disponível a um preço acessível”, explicou Davies.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.