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Terceiro maior pterossauro do mundo é descoberto no Brasil

Esqueleto apresentado no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, mede 8,26 metros de envergadura e é o pterossauro gigante mais completo já encontrado

Por Guilherme Rosa
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h22 - Publicado em 20 mar 2013, 20h06

Paleontólogos da Universidade Federal do Rio de Janeiro apresentaram nesta quarta-feira o terceiro maior fóssil de um pterossauro já encontrado no mundo. De asas abertas, o animal media 8,26 metros. O fóssil foi descoberto na Bacia do Araripe, entre Ceará, Piauí e Pernambuco, e estará exposto a partir desta sexta-feira no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. A pesquisa que descreve o animal e outros dois fósseis encontrados na região foi publicada na edição de março da revista Anais da Academia Brasileira de Ciências.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: The largest flying reptile from Gondwana: a new specimen of Tropeognathus cf. T. mesembrinus Wellnhofer, 1987 (Pterodactyloidea, Anhangueridae) and other large pterosaurs from the Romualdo Formation, Lower Cretaceous, Brazil

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Onde foi divulgada: revista Anais da Academia Brasileira de Ciências

Quem fez: Alexander Kellner, Diogenes Campos, Juliana Sayão, Antonio Saraiva

Instituição: Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Dados de amostragem: Fósseis descobertos na Bacia do Araripe, Brasil

Resultado: Os pesquisadores descobriram que o esqueleto pertenceu a um pterossauro da espécie Tropeognathus mesembrinus. Trata-se do terceiro maior pterossauro já descoberto no mundo – e o maior do hemisfério sul

A partir da análise da anatomia do esqueleto, os cientistas identificaram os fósseis como pertencentes a um pterossauro da espécie Tropeognathus mesembrinus, descoberta na década de 1980. Segundo os paleontólogos, o fóssil é o mais completo esqueleto de um pterossauro gigante já encontrada no mundo – os dois animais maiores que o exemplar brasileiro são conhecidos por meio de apenas alguns ossos. “O esqueleto está 60% completo, com partes significativas do crânio, da mandíbula, coluna e asas”, diz Alexander Kellner, paleontólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro responsável pela descoberta.

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Os pesquisadores destacam que o estudo é importante por estabelecer uma nova padronização para se medir o tamanho das asas desse tipo de animal, o que costuma gerar discussões entre paleontólogos. Um dos métodos propostos pelos cientistas – chamado de envergadura maximizada – leva em conta o comprimento total de todos os ossos das asas. Segundo esse cálculo, o pterossauro descoberto no Brasil media 8,7 metros. “Mas as asas dos animais não costumam ser totalmente retas. Elas têm curvaturas naturais, que variam de acordo com a espécie. No caso desse pterossauro, as curvas deixavam suas asas 5% menores”, diz Alexander. Segundo a nova medida – chamado envergadura normal – o animal media 8, 26 metros.

Saiba mais

PTEROSSAURO

Répteis voadores enormes, que viveram na mesma época dos dinossauros. Alguns chegaram a ter 20 metros de envergadura de uma asa à outra. Nenhum outro animal voador foi tão grande. Desapareceram há cerca de 65 milhões de anos, juntos com todos os dinossauros não-avianos.

Mesmo que o novo cálculo diminua um pouco o tamanho do animal, ainda se trata do maior pterossauro já encontrado no hemisfério sul do planeta. “Ele é o maior exemplar que sabemos ter habitado Gondwana – o supercontinente que juntava Antártida, América do Sul, África, Oceania e Índia há milhões de anos”, diz Alexander.

Segundo os pesquisadores, a pesquisa é importante por mostrar que os pterossauros gigantes já existiam há cerca de 110 milhões de anos. “Até agora, só se conheciam evidências do final do Período Cretáceo, há cerca de 70 milhões de anos. Esse fóssil mostra que eles são muito mais antigos”, afirma o paleontólogo.

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A nova cara dos dinossauros

Bacia do Cariri – Os ossos descritos pelos pesquisadores foram descobertos há cerca de 30 anos por habitantes da Bacia da Araripe, uma região no Cariri extremamente rica em fósseis pré-históricos. A grande quantidade de restos de pterossauros encontrados ali coloca a região entre as mais importantes do mundo para a pesquisa desse tipo de animal. “O esqueleto foi entregue ao Museu Nacional por habitantes da região há cerca de 10 anos, o que fez com que perdêssemos informações importantes sobre as rochas onde ele foi encontrado. Isso mostra a importância de que realizemos escavações contínuas na região”, diz Alexander.

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Bacia do Araripe

[googlemaps https://maps.google.com/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-PT&geocode=&q=chapada%20do%20Araripe%20-%20Cear%C3%A1,%20Brasil&aq=&sll=-7.246003,-40.194855&sspn=0.43458,0.727158&ie=UTF8&hq=&hnear=Chapada%20do%20Araripe&ll=-7.300275,-39.833817&spn=13.856378,23.269043&t=h&z=6&output=embed&w=100%&h=480%5D

O esqueleto do pterossauro gigante foi encontrado na Bacia do Araripe, entre Ceará, Piauí e Pernambuco, região rica em fósseis antigos. Ela é conhecida principalmente pela grande quantidade de fósseis de pterossauros que são ali encontrados.

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