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Sem consenso, cúpula do clima da ONU estende debates

Emergentes defendem que nações ricas são as principais responsáveis pelo aquecimento global e, diante disto, devem assumir maiores responsabilidades

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h07 - Publicado em 13 dez 2014, 08h54

Por falta de consenso em torno dos compromissos que os países devem assumir para deter o aquecimento global, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-20) estendeu suas negociações para este sábado. O encontro, que ocorre em Lima, capital do Peru, deveria ter terminado na noite de sexta-feira. “Estamos quase lá. Devemos apenas fazer um esforço final”, pediu o presidente da COP-20, o peruano Mnuel Pulgar Vidal, depois de fazer um apelo a acelerar os debates e a entrar em acordo sobre o texto final.

As divergências de última hora envolvem a maneira de se interpretar o princípio de “diferenciação” sobre as responsabilidades que correspondem a cada país na mudança climática. Os países em desenvolvimento defendem a ideia de que as nações ricas são as principais responsáveis pelo aquecimento global e, diante disto, devem assumir maiores responsabilidades.

Mas os países industrializados afirmam que os gigantes emergentes – como China e Índia – também devem fazer grandes esforços devido ao fato de que suas indústrias, baseadas na energia do carvão, são altamente poluentes. As organizações ambientais advertiram que se os compromissos dos países em Lima forem modestos, isto será catastrófico para o acordo final previsto para o próximo ano, em Paris. A entrada em vigor do acordo está prevista para 2020.

O rascunho da decisão da COP-20 trouxe como anexo um esboço do acordo a ser concluído em novembro de 2015 em Paris, na COP-21. Assim como o rascunho da decisão de Lima, o texto igualmente traz estampados os tópicos de divergência – explicitados como “opções” – que impedem o consenso. No caso do esboço do acordo de Paris, o confronto não se restringe apenas ao volume de emissões de gases do efeito estufa a ser reduzido até o fim do século, mas principalmente à cota que caberá a cada país.

Todos os 195 países presentes em Lima se dizem comprometidos a fazer o necessário para impedir que a temperatura média do planeta suba além de 2°C até 2100. O Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) informa que há 66% de chance de esse objetivo ser alcançado se houver corte de 40% a 70% de emissões mundiais de gases até 2050, com base nos registros de 2010, e se chegar a zero de gás carbônico no final do século. Essa fórmula é uma das mencionadas como “opção” para os negociadores do acordo de Paris. Outra “opção”, menos ambiciosa, seria cortar até 50% as emissões em 2050 e “continuar a declinar”.

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Alguns países se mostram dispostos, publicamente, a abraçar a opção mais ambiciosa. Os Estados Unidos já se propuseram a reduzir em 83% suas emissões até meados do século, com base em dados de 2005. A União Europeia se comprometeu a cortar 40% até 2030, em relação às suas emissões de 1990. A China prometeu em Lima que apresentará uma oferta “ambiciosa”. Mas suas posições podem vir a mudar no momento de fechar o acordo de Paris.

O esboço mostra que a divisão do mundo em dois blocos – desenvolvidos e em desenvolvimento, que inclui os emergentes – continua válida e profunda quando se trata de definir a cota que caberá a cada um.

(Com Estadão Conteúdo e agência France-Presse)

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