Samambaias são fósseis vivos, afirma estudo
Pesquisadores suecos analisaram um fóssil de 180 milhões de anos da planta e descobriram que seu genoma não mudou ao longo dos anos
Cientistas encontraram evidências de que as samambaias de hoje são “fósseis vivos”. É o que indica um exemplar da planta de 180 milhões de anos encontrado no sul da Suécia. A análise das estruturas celulares bem preservadas do fóssil mostrou que ele é praticamente idêntico à espécie Osmundastrum cinnamomeum, uma samambaia presente na Europa, na América e na Ásia.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Fossilized Nuclei and Chromosomes Reveal 180 Million Years of Genomic Stasis in Royal Ferns
Onde foi divulgada: revista Science
Quem fez: Benjamin Bomfleur, Stephen McLoughlin, Vivi Vajda
Instituição: Museu Sueco de História Natural e Universidade Lund, na Suécia
Resultado: Os pesquisadores analisaram um fóssil de 180 milhões de anos de uma samambaia da família Osmundaceae e descobriram que o genoma da planta não mudou
“O genoma dessas samambaias continuou essencialmente o mesmo desde o período Jurássico (entre 199 milhões e 145 milhões de anos)”, afirma a pesquisadora Vivi Vajda, da Universidade Lund, na Suécia, coautora do estudo publicado na última quinta-feira na revista Science. “Trata-se de um exemplo supremo de estagnação evolutiva.”
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Fóssil bem preservado – As análises mostraram que a planta da família Osmundaceae foi conservada por uma erupção de lava, antes de começar a se decompor. Com isso, organelas raramente encontradas em fósseis, como as membranas celulares, núcleos e cromossomos das células vegetais, ficaram preservados e puderam ser recuperados pelos cientistas. Para estudar o fóssil da samambaia, os cientistas usaram microscópios, raios-x e análises geoquímicas. E perceberam que o tamanho do núcleo das células e o próprio conteúdo do DNA da planta quase não sofreram modificações ao longo dos anos – é idêntico a outras espécies da mesma família.
O fóssil da samambaia foi recolhido nos anos 1960 por um fazendeiro do sul da Suécia e doado ao Museu de História Natural do país. Ele ficou esquecido nos arquivos da instituição por quarenta anos, até que a equipe resolveu estudar a rocha.