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Rochas indicam presença de água corrente em Marte

Formato de pedregulhos fotografados pelo robô Curiosity sugere que eles teriam se formado em um rio, há bilhões de anos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h20 - Publicado em 31 Maio 2013, 08h42

Há algum tempo os pesquisadores teorizam sobre a existência de água líquida em Marte. Hoje em dia, a superfície do planeta é basicamente uma vastidão seca e fria, mas diversas formações rochosas – como vales e canais – sugerem um passado muito mais úmido. Uma nova pesquisa publicada nesta quinta-feira na revista Science fornece as evidências mais fortes até hoje de que Marte não só possuía água, mas também rios por onde ela corria.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Martian Fluvial Conglomerates at Gale Crater

Onde foi divulgada: periódico Science

Quem fez: R. M. E. Williams, J. P. Grotzinger, W. E. Dietrich, S. Gupta, D. Y. Sumner, R. C. Wiens, N. Mangold, M. C. Malin, entre outros

Instituição: Instituto Niels Bohr, da Universidade de Copenhague

Dados de amostragem: Imagens capturadas pelo robô Curiosity no ano passado, que mostram formações rochosas no solo de Marte

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Resultado: Ao analisar o formato das pedras, os pesquisadores concluíram que elas devem ter se formado no leito de um rio, sugerindo a presença de água corrente no planeta

A pesquisa analisou imagens capturadas pelo robô Curiosity no ano passado, que mostravam formações de cascalho e rochas. Assim que apareceram, as fotografias chamaram a atenção dos pesquisadores, pois a estrutura parecia ter se formado no leito de um rio. A nova pesquisa confirma a impressão inicial, sugerindo a presença de água corrente no planeta há cerca de três bilhões de anos.

As imagens formam um grande mosaico, de 1,4 metro por 80 centímetros, mostrando algumas áreas com grandes acúmulos de rochas, cimentadas como se fossem concreto. “Nós dividimos a imagem em campos menores, de 10 milímetros, e começamos a analisar o cascalho, que é formado por grãos grossos de areia medindo em torno de 0,3 milímetro. Depois, examinamos as pedras que medem entre 4 e 40 milímetros em maior detalhe. Ao todo, fizemos uma análise minuciosa de 515 pedras “, diz Asmus Koefoed, pesquisador do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague e autor do estudo.

Quando as rochas são desgastadas pelo vento, elas se tornam angulares e ásperas – o que não era o caso das pedras fotografadas. Quando elas se movem em fluxos de água, no entanto, o desgaste acontece de uma maneira completamente diferente. Nesse caso, as pedras correm em meio a uma mistura de água e areia, batendo umas nas outras, fazendo com que seus cantos e bordas se tornem, eventualmente, suaves e arredondados – assim como as rochas fotografadas. “Descobrimos que quase todas as 515 pedras analisadas eram planas, lisas e redondas”, afirma Koefoed.

Nasa

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As formações rochosas analisadas pelos cientistas se formaram a partir da junção de pedras, cascalho, areia e lama no leito de um rio

Formação – Segundo os pesquisadores, os depósitos analisados foram formados a partir do fluxo conjunto de areia fina, lama, cascalho e pedra. Todos esses sedimentos teriam se aglutinado com o passar do tempo, formando um material duro, parecido com o concreto. Os sedimentos localizados nas partes mais superficiais da formação foram, posteriormente, desgastados por partículas de areia carregadas em fortes ventanias.

O resultado permite aos pesquisadores entender um pouco mais sobre o passado de Marte. “Para mover e formar essas pedras arredondadas, é necessário que tenha existido água corrente com uma profundidade de entre 10 centímetros e um metro, com um fluxo de cerca de 1 metro por segundo – um pouco mais rápido do que um típico rio dinamarquês”, explica Morten Bo Madsen, pesquisador do Instituto Niels Bohr.

Até agora, os pesquisadores pensavam que o período quente e úmido de Marte deveria ter acontecido entre 3,5 e 3,7 bilhões de anos atrás, mas o novo estudo sugere que ele se estendeu até entre 2 e 3 bilhões de anos atrás.

Segundo os pesquisadores, o estudo mostra que o planeta pode ter sido um local dinâmico, muito mais propício ao desenvolvimento da vida do que hoje. Além de água corrente, pesquisas recentes usando o Curiosity mostraram que havia em sua superfície uma série de minerais essenciais para a vida de microorganismos. Assim, o robô cumpriu um dos objetivos para o qual foi construído: investigar se Marte, em algum momento, foi um ambiente com condições para o desenvolvimento de vida.

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