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Rio+20 termina com plano modesto para meio ambiente e combate à pobreza

Por Por Laura Bonilla e Yana Marull
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h32 - Publicado em 22 jun 2012, 19h55

A cúpula Rio+20 terminou nesta sexta-feira com a aprovação de um plano modesto para avançar para uma “economia verde” que freie a degradação do meio ambiente e combata a pobreza, fortemente criticado pela falta de metas vinculantes e financiamentos.

A cúpula, a maior da história da ONU, reuniu durante 10 dias líderes e representantes de 191 países 20 anos depois da histórica Rio-92, que tomou decisões para combater as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a desertificação.

O texto final foi elogiado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, segundo quem se tratou de um “bom documento, uma visão sobre a qual podemos construir nossos sonhos”.

“O Brasil foi responsável por construir um consenso possível. O consenso possível é um ponto de partida e não de chegada”, disse a presidente Dilma Rousseff.

O acordo de 53 páginas “é a definição da economia dos próximos 20 ou 30 anos”, afirmou André Correa do Lago, chefe negociador do Brasil, em entrevista à AFP.

“Os líderes do mundo se reuniram no Rio de Janeiro para dizer que a prioridade máxima do mundo é a erradicação da pobreza, e a segunda prioridade é uma mudança dos padrões de consumo e produção que sejam viáveis para um mundo que terá 9 bilhões de habitantes em 2050”, afirmou.

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Mas a sociedade civil, irritada, denunciou o “fracasso” e a falta de ambição da Rio+20.

“A Rio+20 foi um fracasso de proporções épicas”, disse Kumi Naidoo, do Greenpeace Internacional, um dos ativistas da alternativa Cúpula dos Povos, que reuniu 50.000 participantes em 10 dias e que se reuniu com Ban nesta sexta-feira para entregá-lo um documento com críticas.

“Agora devemos trabalhar juntos para formar um movimento que enfrente a crise econômica, ambiental e de igualdade que está sendo imposta a nossos filhos. O único resultado desta cúpula é a raiva justificada, uma raiva que devemos transformar em ação”, disse.

O documento final, que será adotado pelos líderes mundiais, cita as principais ameaças ao planeta: desertificação, esgotamento dos recursos pesqueiros, contaminação, desmatamento, extinção de milhares de espécies e aquecimento climático, catalogado como “um dos principais desafios de nossos tempos”.

Também lança um processo para adotar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, com metas para avanços sociais e ambientais dos países, e que substituirão as Metas do Milênio da ONU, quando estas expirarem em 2015.

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O acordo impulsiona a transição para uma “economia verde”, um conceito promovido pelos europeus, mas criticado por vários países em desenvolvimento e ativistas que temem que represente a mercantilização da natureza e promova o protecionismo em detrimento de nações pobres.

O Grupo dos 77 países em desenvolvimento (G77) mais a China pediu, no início da conferência, um fundo de 30 bilhões de dólares para conseguir cumprir as metas socioambientais, mas em um contexto de crise econômica mundial, o texto final não define cifras.

Quanto ao Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), o qual os europeus queriam tranformar em organização mundial, decidiu-se que por enquanto apenas será fortalecido, como queriam Brasil e Estados Unidos.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, lamentou nesta sexta-feira que a defesa dos direitos reprodutivos da mulher – seu direito a decidir se têm ou não filhos – tenha ficado de fora do texto final, um pedido também feito por outras líderes como a presidente Dilma Rousseff.

No entanto, destacou que o documento “marca um avanço real para o desenvolvimento sustentável”, que definiu como “um dos temas mais urgentes de nossos tempos”.

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Hillary substituiu na cúpula o presidente Barack Obama, que não foi ao encontro. A chanceler alemã, Angela Merkel, e o britânico David Cameron também estiveram ausentes.

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