Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Região de Marte pode conter “vida enterrada”

Pesquisadores identificaram rochas que podem abrigar os restos fossilizados de vida em Marte

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 17h16 - Publicado em 30 jul 2010, 12h09

Os cientistas acreditam que o mesmo processo hidrotermal que preservou os restos de vida na Terra pode ter ocorrido em Marte.

Pesquisadores encontraram no Nili Fossae, uma região rochosa de Marte, indícios de que existiria vida fossilizada no planeta. A equipe de pesquisadores foi chefiada pelo cientista Adrian Brown, do Instituto de Procura de Inteligência Extraterrestre (Seti, em inglês), EUA, e contou com a participação do brasileiro Carlos Roberto de Souza Filho, da Unicamp.

Os cientistas acreditam que o mesmo processo que preservou os restos de vida na Terra pode ter ocorrido em Marte. Segundo o estudo, as rochas existem há cerca de 4 bilhões de anos. A atividade vulcânica teria desempenhado um papel importante na preservação dos fósseis. Desde 2008, quando os pesquisadores da Nasa encontraram carbonato – um tipo de sal encontrado em minerais – em Marte, a comunidade científica vem reagindo positivamente sobre a possibilidade da vida ter existido no Planeta Vermelho. Na maioria das vezes, a vida se transforma em carbonato quando é enterrada. Em outros casos, transforma-se em petróleo. O mineral vem dos restos fossilizados de cascas e ossos e possibilita uma forma de investigar a vida que já existiu há muito tempo na Terra. Agora, os cientistas querem utilizar o mesmo procedimento feito aqui no planeta para identificar restos de vida em Marte. Adrian Brown usou um instrumento do Mars Reconnaissance Orbiter, um orbitador da Nasa que gira em torno de Marte, para estudar as rochas no Nili Fossae com luz infravermelha. Depois, utilizaram a mesma técnica para analisar rochas ao noroeste da Austrália, na região de Pilbara. “Essa região é muito interessante”, disse Brown em entrevista à rede britânica BBC. “É uma parte do planeta que conseguiu ficar na superfície por 3,5 bilhões de anos – cerca de 3 quartos da existência da Terra”. Essas informações permitiram aos cientistas observar o que estava acontecendo com a Terra nos momentos iniciais de sua formação. Comparando os resultados obtidos nos dois planetas, os cientistas pensam que a vida possa ter existido em Marte cerca de 4 bilhões de anos atrás. Aqui na Terra, os pesquisadores acreditam que os micróbios deixaram marcas distintivas nas rochas da região de Pilbara. Essas marcas são chamadas de “estromatólitos” e podem ser vistas e estudadas hoje em dia. O estudo mostra que as rochas do Nili Fossae em Marte possuem minerais muito semelhantes às rochas de Pilbara, na Austrália. Brown e seus colegas entendem que isso é a prova de que resquícios de vida existem enterrados naquela região de Marte. Muitos cientistas, incluindo Brown, esperavam poder fazer melhores análises das rochas. Nili Fossae era uma região fortemente cotada para ser o local de pouso do novo projeto da Nasa, o Mars Science Laboratory, que será lançado em 2011. Mas a região foi cortada da lista em junho de 2010 por ter sido considerada perigosa demais para os planos da agência americana. Os cientistas precisavam de 20 quilômetros de superfície plana, o que não ocorre no relevo bastante irregular presente em Nili Fossae. “Pode ser que leve algumas décadas antes que a ciência consiga levar geólogos de verdade para estudar essas regiões em Marte”, desabafou Brown. “E acredito que quando isso acontecer ainda não saberemos se a vida existe no planeta”, concluiu.

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.